sábado, 30 de novembro de 2013

Significados do Advento: Novo tempo litúrgico começa neste domingo

Abre-se o Advento, tempo da vinda e da chegada de Jesus. A Igreja inicia o ano litúrgico. Retoma a esperança de Israel, alimentada pelos profetas, que abasteciam a expectativa messiânica. Mensagem atualíssima em linguagem a ser compreendida.

A primeira semana nos faz olhar o futuro: o Senhor retornará. No domingo inaugural, sua volta é proposta no Evangelho de Mateus, através do discurso escatológico (24, 37- 44), isto é, referente aos últimos acontecimentos.

Quando Ele virá novamente? Ninguém sabe, exceto o Pai. A afirmação do desconhecimento desautoriza acreditar em pessoas que, vez por outra, surgem, determinando o fim dos tempos, a conclusão da história, a destruição do mundo ou a vinda do Filho do Homem. Todos enganadores. Curioso é que há sempre gente que se deixa (ou gosta?) de ser enganada.

Coisa certa do discurso: Ele voltará e está próximo. Tal proximidade não é imediata ou a ser datada, pois para Deus “um dia é como mil anos e mil anos como um dia” (2 Pd 3, 8). Daí decorre a certeza da imprevisibilidade. Virá como um ladrão e na hora em que não pensarmos. Portanto, são inúteis os prognósticos e podem levar a fé ao descrédito ao se confundir o certo pelo duvidoso.

Mesmo guerras, revoluções, epidemias e intempéries, desvelando a finitude humana e a precariedade natural, não indicam o fim com precisão. No entanto, é comum e compreensível dizer diante de calamidades, sobretudo morais: “é o fim do mundo”. Sabemos, porém, que não é o fim total, mas parcial. Apenas para quem foi atingido. As experiências trágicas ou traumatizantes, todavia, sinalizam para a conclusão definitiva, no desejo de recuperação imediata e abrangente.

O discurso sobre o retorno do Senhor faz parte do Credo. Compõe a profissão de nossa fé católica e apostólica. Também em relação ao sentido último: a vitória da vida sobre a morte. Daí a ressurreição final e universal. A vitória da justiça sobre a injustiça. Daí o juízo final e universal. Prêmio e castigo para uns e outros. O fim é renovação. Não simples destruição. O como também não é sabido.

Por mais que possa parecer-nos linguagem simbólica demais ou mítica, ainda que na justa medida, carregam dentro de si o desejo íntimo e natural do espírito humano pelo triunfo da vida e do bem. Deus não frustrará tal desejo. Virá ao seu encontro, para além da precariedade de toda linguagem. É o que nos cabe esperar. Pelo advento do Cristo glorioso, aguardamos a novidade da transformação.

Coisa certa do discurso é ainda o que fazer agora. Prático e criativo, não é receituário. Do futuro, encaminha-nos ao presente em construção, na liberdade, possível de erros. Convoca à prontidão, à vigilância, à preparação.

À prática perseverante, serena e alegre da fé, muitas vezes corajosa em meio às incompreensões e às perseguições até o martírio. À prática do amor e suas implicações, não declaratório apenas, mas efetivo, na justiça e no perdão. À prática da esperança, segura e firme qual âncora para a chegada ao porto seguro. Às práticas das virtudes humanas para bons e estáveis relacionamentos.

Em suma, à vida de santidade no crescimento da graça, pela vivência dos sacramentos. À existência em Cristo nos estados de vida e nas profissões.

O tema do retorno do Senhor não só nos projeta para realidades futuras. Faz-nos responsáveis pelo tempo presente, o advento de Cristo na história e na vida das pessoas. Ele também vem nos acontecimentos e, especialmente, nos pobres. Aguarda-nos com suas surpresas. Já está entre nós.

O Advento é mais considerado em relação ao Natal. É o caminho imediato e mais fácil para preparar as festas natalinas.

A criatividade pastoral desperta as energias que os festejos contêm. Estão enraizadas no nosso substrato católico cultural. Se assim não fosse, não teria sentido algum celebrar o Natal. O que nos cabe fazer devido ao sentido? Oferecermos Jesus, especialmente às novas gerações. Facilitarmos sua presença na sociedade. Jesus Cristo é sempre muito bem vindo.

Dom Edson de Castro - Canção Nova Notícias / Pastoral da Comunicação da Paróquia de Sant'Ana - http://matrizdesantana.blogspot.com.br/

Aniversariante do Dia

Estimado Pe. Jorge Sousa,
gostaríamos de parabenizá-lo pelo dia de hoje, onde toda a comunidade paroquial rejubila por comemorar mais um ano de vida daquele que tem sido um servo fiel de Deus, dando assistência aos que necessitam da sua palavra amiga e de seu companheirismo singular. Que Deus fortaleça ainda mais a sua missão evangelizadora, proporcionando alegria e sabedoria para conduzir o rebanho de Jesus Cristo com empenho e amor. Feliz Aniversário!


Pastoral da Comunicação da Paróquia de Sant'Ana - http://matrizdesantana.blogspot.com.br/

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Nossa Senhora e o Reino dos Céus

“Isto diz o Senhor dos exércitos, Deus de Israel: Melhorai vossa conduta e vossas obras, que eu vos farei habitar neste lugar.” Jr 7, 3

O Senhor disse ao seu povo, por intermédio de Jeremias, que se convertesse de seu mau caminho, que melhorasse a sua conduta, pois muitos do povo, afastando-se de suas tradições e esquecendo-se da Lei dada a Moisés, estavam pecando contra a caridade, afastando-se de Deus e praticando a idolatria. Além disso, aumentavam as pessoas que praticavam a injustiça, a fraude, a mentira (cf. Jr 7,4-5).

Hoje, o Senhor também nos chama à conversão, à mudança de vida. Deus nos convida a olhar para o nosso interior e identificar quais as áreas que precisam ser tocadas por Ele, pois, sem a Sua ação, não somos capazes da verdadeira conversão. Precisamos nos colocar diante de Deus com muita coragem e assumir, em nós, as áreas que precisam de cura, de restauração, de mudança interior, de mentalidade e conduta.

Deus nos quer para Si, caminhando pelas estradas da verdade e do amor, não por mero capricho de Sua parte. O Senhor nos quer para Si, trilhando no caminho da santidade, pois, somente assim vamos habitar na morada que Ele nos prometeu. Esta vida é uma preparação para quando chegarmos à Terra Prometida, à salvação, à vida eterna junto d'Ele no Reino dos Céus.

Neste caminho para chegar até o Pai, não estamos sós, pois Ele está conosco no Filho, pelo Espírito Santo. Jesus Cristo se faz presente, de maneira singular, na Eucaristia, a qual é para nós sustento e remédio para as nossas fraquezas. Deus se faz presente em todo o tempo e lugar, Ele está conosco e nos acompanha como a nuvem que acompanhava o povo de Deus enquanto caminhava pelo deserto.

Deus se faz presente em nossas vidas por meio dos anjos e dos santos, os quais são para nós um auxílio, principalmente em nossas fraquezas e tribulações. Dentre os santos, a Virgem Maria tem um papel fundamental, pois ela é a medianeira de todas as graças. Por meio dela recebemos a graça de Jesus Cristo, o Espírito de Deus em nossas vidas. Por isso, em nosso processo de conversão, não há como perseverar sem o auxílio de Nossa Senhora.

A Virgem Maria é a mediadora entre nós e Jesus Cristo (cf. TVD 83), que está à direita do Pai intercedendo por nós. Por isso, ao nos aproximar da Virgem Santíssima, mais nos aproximamos do Senhor. Não tenhamos medo de invocar sempre a intercessão, o cuidado, o auxílio de Nossa Senhora em nossas necessidades. Peçamos a ela que nos conceda as graças necessárias para vencer nossas fraquezas e perseverar no Caminho que conduz à Terra Prometida (cf. Jr 7, 3), ao Reino dos Céus.

Natalino Ueda - Canção Nova Formação / Pastoral da Comunicação da Paróquia de Sant'Ana - http://matrizdesantana.blogspot.com.br/

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Dia Nacional de Ação de Graças

O costume de separar dias para ações de graça não é de origem recente. Era prática comum entre o povo nos tempos do Antigo Testamento. Por outro lado, o costume de dedicar um dia por ano para dar graças pelas bênçãos de Deus originou-se há séculos, na Europa, com celebrações para agradecer pelas colheitas de outono (mês de novembro no hemisfério norte). Nos Estados Unidos, a história do Dia de Ação de Graças começa com os colonos e índios, no século XVII.

A primeira celebração do Dia de Ação de Graças aconteceu em 1621 e foi feita pelos peregrinos ingleses que fundaram a colônia de Plymouth - que mais tarde se tornaria o estado de Massachusetts. A comemoração foi feita com a participação de índios, que levaram presentes e comida para a festa.

Dois anos depois, durante um período de seca, um dia que foi usado para jejum e preces acabou se transformando em outra celebração de ação de graças, porque choveu. O costume foi criando raízes entre os colonos, que sempre celebravam o "Thanksgiving" (ação de graças) em algum dia especial depois das colheitas.

Com o tempo, a tradição foi se modificando e a data passou a servir para agradecer também por outras coisas além da colheita. Em 1789, o presidente George Washington finalmente proclamou o Dia de Ação de Graças um feriado nacional. Aos poucos, os estados norte-americanos adotaram o feriado, mas nem sempre no mesmo dia. Até que, em 1863, o presidente Abraham Lincoln proclamou a última quinta-feira de novembro o dia oficial para celebrar o “Dia de Ação de Graças”.

No Brasil, durante o governo do presidente Gaspar Dutra, o Congresso Nacional aprovou uma lei que consagrava a última quinta-feira do mês de novembro como o Dia Nacional de Ação de Graças. Porém, em 1966, o presidente Castelo Branco mudou a data para a quarta quinta-feira do mês de novembro, para coincidir com a celebração no resto do mundo. Neste ano, a comemoração será dia 28 de novembro, conforme o Diretório da Liturgia da CNBB.

Ao darmos graças a Deus por bênçãos materiais, agradeçamos-Lhe também pelo país celestial que Ele tem preparado para cada um de nós. Dar graças significa ter olhos para ver a mão de Deus agindo. Em tudo, dai graças. Aprendamos sempre dar graças a Deus, confiando na Sua bondade e sabedoria e crendo que Ele quer sempre o melhor para os Seus filhos.

A nossa conduta, como cristãos, tem que incluir, sempre, a gratidão. Dizer “graças a Deus” não pode ser uma coisa monótona, tem que ser a verdade expressa em nosso coração. Ser grato é uma grande virtude. Devemos dar graças a Ele por tudo o que temos. E nunca esquecer que tudo o que somos, tudo o que temos e o que seremos será sempre proveniente do amor, da graça e da misericórdia de Deus.

“Rendei graças, sem cessar e por todas as coisas, a Deus Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo!” (Efésios 5,20).

Acácio Carvalho - Portal A12 Formação / Pastoral da Comunicação da Paróquia de Sant'Ana - http://matrizdesantana.blogspot.com.br/

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Natal: tempo de presépios

Certos sinais são importantes para fecundar o sentido que sustenta a vida. Vivemos um tempo especial. O Natal é rico em sinais, com uma força que vem da beleza, dos gestos de fraternidade e dos convites para compromissos de solidariedade. De novo, neste tempo, as praças atrairão multidões pela singularidade de sua ornamentação, com iluminações criativas, muita gente, novidades, festa.


As casas também são enfeitadas. Lojas e shopping centers recebem especial tratamento de beleza. Papai Noel ganha um destaque fora do comum, um realce que merece preocupação. O que acontece quando crianças entendem o Natal apenas como tempo de Papai Noel? O perigo se manifesta quando o sentido dessa figura [Papai Noel] se reduz ao interesse de ganhar um presente.

O sonho de ser presenteado pelo velhinho encantado é também um sinal que possui força de evocações. Mas esse sinal terno do Papai Noel não remete, pelo menos de forma mais direta, às raízes do sentido do Natal. Mais importante que entender que é tempo de ganhar presente, até com riscos de alimentar alguma mesquinhez, o que vale é aprender a lição de que o bom velhinho nasceu da tradição narrada a respeito de São Nicolau, bispo de Mira, na Lícia, hoje parte da Turquia.

O destinatário mais importante dos presentes era o mais pobre, aquele que também tinha o direito de experimentar alegrias, nascidas de gestos de solidariedade. Pode-se imaginar a revolução de valores que viveríamos caso fosse resgatado esse entendimento de Papai Noel. O Natal não seria tempo de se receber presentes, mas de oferecer e repartir mais. Nesta direção está o horizonte largo e de inesgotável riqueza presente no sinal mais importante deste tempo: o presépio.

As lições do presépio, entendidas e praticadas, ajudam a livrar, homens e mulheres, dos caminhos que estão desfigurando a sociedade. São ensinamentos que precisam ser resgatados nas praças, nas igrejas, nas casas e em todo lugar. A tradição dos presépios nasce em 1223, quando, depois da aprovação da Regra dos Frades Menores, São Francisco de Assis foi para o eremitério de Greccio (Itália), com o propósito de ali celebrar o Natal do Senhor. O santo italiano disse a alguém que queria ver, com os olhos do corpo, como o Menino Jesus, escolhendo a humilhação, foi deitado numa manjedoura. Assim, entre o boi e o jumento, foi celebrada a Santa Missa de Natal, ainda sem estátuas e pinturas. Esse acontecimento foi a inspiração para, mais tarde, o Natal ser representado por meio do presépio, que simboliza a Encarnação de Jesus Cristo, o Verbo de Deus. A retratação do amor misericordioso de Deus na Encarnação do Filho Amado, o Redentor, no presépio, faz desta arte, nas mais diversas modalidades e com a inteligência de criatividades interpelantes, um ensinamento da mais alta importância. O presépio se torna assim um patrimônio da cultura e da fé popular. Esta retratação remete, pois, ao núcleo mais genuíno do sentido autêntico do Natal. O presépio, pela arte e pela beleza, mesmo pela simplicidade e pobreza, tem força para propagar o Evangelho com um entusiasmo singular, capaz de atrair toda atenção para Jesus, a Pessoa que é a razão insubstituível das festas natalinas.

A arte do presépio, de miniaturas a imagens em tamanho normal, com a riqueza dos personagens, da singeleza nobre das figuras de José e Maria venerando o Menino Deus, pode e deve tocar os corações. A celebração do Natal se torna consequentemente uma festa da interioridade sem eliminar, absolutamente, o que luzes, sons e enfeites significam na beleza amorosa deste tempo. Não se pode abrir mão do presépio, sinal que remete a Cristo.

Jesus deve ser e estar no centro do Natal, sem prescindir de tantas outras coisas que compõem e dão graça especial a este tempo. Vale recuperar e investir na armação de presépios, nas casas, nas igrejas e nos lugares públicos. Uma oportunidade para os pais exercerem a catequese dos filhos, reavivando no próprio coração as lições insubstituíveis aprendidas com Cristo. Assim, o tempo do Natal, respeitando seu genuíno sentido, torna-se época especial de aproximação. Passa-se a viver um encontro que transforma corações e superam-se descompassos como a corrupção e a mesquinhez de ter só para si. O presépio ajuda a dar estatura a quem só tem tamanho, fazendo brotar a sabedoria emoldurada por serenidade, um presente para quem contempla esse sinal e aprende o sentido de sua lição.

Dom Walmor Oliveira de Azevedo - Canção Nova Formação / Foto: Bruno Araújo / Pastoral da Comunicação da Paróquia de Sant'Ana - http://matrizdesantana.blogspot.com.br/

terça-feira, 26 de novembro de 2013

A reforma da Igreja

"Diante das últimas declarações de Papa Francisco, que deixaram alarmados os católicos de sólida formação, não cínicos antipapas de ontem nem fanáticos papistas de hoje, pensamos ser útil dar umas poucas ideias. É muito difícil emitir um juízo sobre as intenções do Papa. Pelo tamanho das 'derrapadas doutrinais', parece-nos que se trata mais de pouca inteligência misturada com a típica loquacidade 'achista' episcopal latino-americana, potencializada pelo próprio idealismo pauperista e espiritualista tão agradável à opinião pública, e certo surto de populismo ansioso, desejoso de aparecer e ganhar espaço nas manchetes".

O desairoso comentário não foi emitido por ateus anticlericais, mas por dois padres católicos, que não hesitaram em publicar seu artigo e assinar seus nomes num site religioso. É provável que o tenham feito por não concordarem com os propósitos renovadores do Papa Francisco, expressos em inúmeros gestos considerados contestatórios, de acordo, aliás, com sua convicção mais vezes repetida: «Estou decidido a cumprir com o mandato que me foi confiado. Tenho a humildade e a ambição de querer fazê-lo».

As críticas dos padres demonstram que, para acolher a novidade trazida pelo Evangelho, não apenas os leigos, mas também suas lideranças precisam da sabedoria do coração, que só vinga em pessoas que colocam o bem da Igreja e da humanidade acima de seus interesses e traumas. Foi o que advertiu o próprio Jesus: «É inútil colocar vinho novo em barris velhos: os barris se arrebentam, o vinho se derrama e os vasilhames se perdem. Vinho novo se põe em barris novos, pois ninguém, depois de beber vinho velho, deseja vinho novo. Para ele, o velho é melhor» (Lc 5,37-39). A grande tentação do cristão é tentar conciliar o “novo” do Evangelho com esquemas mentais mundanos. Quando isso acontece, ele prefere ficar com o vinho velho, pois o novo exige um desapego heroico das falsas seguranças construídas ao longo dos anos e uma fé inquebrantável no projeto de Deus.

O que o Papa Francisco entende por reforma da Igreja pode ser avaliado a partir da homilia que proferiu na Casa Santa Marta, no dia 7 de outubro: «O Evangelho nos fala de um homem semimorto, estendido na estrada. Um sacerdote percorre o mesmo caminho – um sacerdote digno, com barrete e tudo! Olha e pensa: “Não posso parar. Vou chegar tarde à Missa”. E foi embora. Não ouviu a voz de Deus. Em seguida, passa um levita, que, talvez, raciocina consigo mesmo: “Se eu toco neste homem, que pode estar morto, amanhã serei chamado pelo juiz para testemunhar”. E foi embora. Ele também fugiu da voz de Deus. Somente um pecador, um samaritano, alguém distante de Deus, foi capaz de cuidar daquele homem e levá-lo a um albergue. Perdeu a noite toda atrás do ferido. O sacerdote chegou a tempo para a Missa, e todos os fiéis ficaram contentes. O levita teve um dia tranquilo, de acordo com o que tinha pensado, sem aquela maçada de se envolver com a justiça».

A reforma da Igreja vai muito além da mera atualização de suas estruturas. Ela se concretiza numa fé e numa espiritualidade que demonstram o amor de Deus pela humanidade. Por isso, uma Igreja que atrai, motiva e converte pela compreensão e benevolência de seus pastores, jamais pela imposição e prepotência. É o que lembrou o Cardeal João Braz de Aviz, em entrevista a uma revista brasileira, no mês de setembro: «Precisamos de uma Igreja próxima do povo, formada não de classes, mas de irmãos. Os conceitos de autoridade e de obediência devem mudar e se adaptar: não o valor da obediência e da autoridade em si, mas a maneira de entendê-las e exercê-las. Há muito autoritarismo na Igreja, que é pura dominação. Autoridade não é colocar uma pessoa acima da outra. Autoridade é de irmãos que têm missões diferentes: quem manda e quem obedece estão no mesmo nível».

Por fim, para ser duradoura e eficaz, a reforma da Igreja exige que seus filhos saibam viver a espiritualidade na normalidade da vida. «A graça supõe a natureza», diziam os antigos escolásticos. É a conclusão a que chega também Dom João: «Não podemos passar um verniz de misticismo e de espiritualidade sobre a imaturidade humana. Se não conseguirmos desenvolver os valores humanos, será muito difícil integrar e vivenciar a fé».

Dom Redovino Rizzardo - Canção Nova Formação / Pastoral da Comunicação da Paróquia de Sant'Ana - http://matrizdesantana.blogspot.com.br/

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Solenidade de Jesus Cristo Rei: Encerramento do Ano da Fé

Celebramos na manhã do último domingo, 24, a Solenidade de Jesus Cristo Rei, consequentemente o encerramento do Ano da Fé, proclamado pelo Papa Emérito Bento XVI em outubro de 2012. A festa de conclusão do Ano Litúrgico encerra um período de muita reflexão sobre a fé católica, onde os fiéis puderam conhecer melhor a sua importância para vivê-la com mais intensidade.


Em comunhão com o Papa Francisco, o dia festivo teve início com a Caminhada da Fé saindo da Capela de São João Batista, Bairro Noelândia, acompanhada pelos alunos e gestores educacionais da rede pública e privada do município, conduzindo faixas contendo belíssimas frases referentes à fé.

Além de iniciar os ritos litúrgicos, a caminhada contou ainda com dois momentos de reflexão; o primeiro na Rua Israel Fonseca, próximo ao Sindicato dos Trabalhadores Rurais, onde Pe. Elias Roque elucidou sobre os 50 anos da abertura do Concílio Vaticano II; e o segundo momento na Praça de São Sebastião, onde Pe. Jorge Sousa realizou junto aos fiéis a profissão de fé através do Credo.

A caminhada foi concluída na Igreja Matriz de Sant’Ana, onde foi dado prosseguimento à Celebração Eucarística presidida pelo nosso Pároco, Pe. Elias Roque, e concelebrada pelo nosso Vigário Paroquial, Pe. Jorge Sousa.

Durante homilia, o nosso pároco fez críticas aos diferentes meios de comunicação que corrompem a fé e os valores sócio-cristãos defendidos pela Igreja. Pe. Elias foi categórico ao afirmar que é preciso investir na vivência autêntica da fé como prática diária dos cristãos.

“Para crer em Jesus Cristo é preciso ser profeta. Professar a nossa fé e ter coragem de anunciar Jesus Cristo e de denunciar as injustiças. Existem diversos meios de comunicação que nos induzem à desvalorização dos bons princípios que configuram uma sociedade equilibrada. É muito fácil identificá-los, basta observarmos os personagens das novelas e seus desarranjos de conduta que minimizam a constituição familiar. Lutemos contra esta imposição. O mundo necessita de pessoas que sejam fiéis e sigam verdadeiramente a proposta de Jesus Cristo.” Frisou o sacerdote.

No término da solenidade, animada pelo ministério de música da Comunidade de Campestre, servos da Renovação Carismática realizaram ações preventivas de controle da hipertensão arterial, acompanhadas de um saboroso café.


Por Bruno Araújo / Pastoral da Comunicação da Paróquia de Sant’Ana - http://matrizdesantana.blogspot.com.br/