domingo, 31 de maio de 2015

Visitação de Nossa Senhora, a mãe do nosso Salvador

Sabemos que Nossa Senhora foi visitada pelo Arcanjo Gabriel com esta mensagem de amor, com esta proposta de fazer dela a mãe do nosso Salvador. E ela aceitou. E aceitar Jesus é estar aberto a aceitar o outro. O anjo também comunicou a ela que sua parenta – Santa Isabel – já estava grávida. Aí encontramos o testemunho da Santíssima Virgem – no Evangelho de São Lucas no capitulo 1, – quando depois de andar cerca de 100 km ela encontrou-se com Isabel.

Nesta festa, também vamos descobrindo a raiz da nossa devoção a Maria. Ela cantou o Magnificat, glorificando a Deus. Em certa altura ela reconheceu sua pequenez, e a razão pela qual devemos ter essa devoção, que passa de século a século.

“Porque olhou para sua pobre serva, por isso, desde agora, me proclamarão bem-aventurada todas as gerações.” (Lucas 1,48)

A Palavra de Deus nos convida a proclamarmos bem-aventurada aquela que, por aceitar Jesus, também se abriu à necessidade do outro. É impossível dizer que se ama a Deus, se não se ama o outro. A visitação de Maria a sua prima nos convoca a essa caridade ativa. A essa fé que se opera pelo amor. Amor que o outro tanto precisa.

Quem será que precisa de nós?

Peçamos a Virgem Maria que interceda por nós junto a Jesus, para que sejamos cada vez mais sensíveis à dor do outro. Mas que a nossa sensibilidade não fique no sentimentalismo, mas se concretize através da caridade. Virgem Maria, Mãe da visitação, rogai por nós!

Santo do Dia - Canção Nova / Pastoral da Comunicação da Paróquia de Sant'Ana - http://matrizdesantana.blogspot.com.br/

sábado, 30 de maio de 2015

Nossa Senhora e o Reino dos Céus

“Isto diz o Senhor dos exércitos, Deus de Israel: Melhorai vossa conduta e vossas obras, que eu vos farei habitar neste lugar” (Jr 7, 3).

O Senhor disse ao seu povo, por intermédio de Jeremias, que se convertesse de seu mau caminho, que melhorasse a sua conduta, pois muitos do povo, afastando-se de suas tradições e esquecendo-se da Lei dada a Moisés, estavam pecando contra a caridade, afastando-se de Deus e praticando a idolatria. Além disso, aumentavam as pessoas que praticavam a injustiça, a fraude, a mentira (cf. Jr 7,4-5).

Hoje, o Senhor também nos chama à conversão, à mudança de vida. Deus nos convida a olhar para o nosso interior e identificar quais as áreas que precisam ser tocadas por Ele, pois, sem a Sua ação, não somos capazes da verdadeira conversão. Precisamos nos colocar diante de Deus com muita coragem e assumir, em nós, as áreas que precisam de cura, de restauração, de mudança interior, de mentalidade e conduta.

Deus nos quer para Si, caminhando pelas estradas da verdade e do amor, não por mero capricho de Sua parte. O Senhor nos quer para Si, trilhando no caminho da santidade, pois, somente assim vamos habitar na morada que Ele nos prometeu. Esta vida é uma preparação para quando chegarmos à Terra Prometida, à salvação, à vida eterna junto d’Ele no Reino dos Céus.

Neste caminho para chegar até o Pai, não estamos sós, pois Ele está conosco no Filho, pelo Espírito Santo. Jesus Cristo se faz presente, de maneira singular, na Eucaristia, a qual é para nós sustento e remédio para as nossas fraquezas. Deus se faz presente em todo o tempo e lugar, Ele está conosco e nos acompanha como a nuvem que acompanhava o povo de Deus enquanto caminhava pelo deserto.

Deus se faz presente em nossas vidas por meio dos anjos e dos santos, os quais são para nós um auxílio, principalmente em nossas fraquezas e tribulações. Dentre os santos, a Virgem Maria tem um papel fundamental, pois ela é a medianeira de todas as graças. Por meio dela recebemos a graça de Jesus Cristo, o Espírito de Deus em nossas vidas. Por isso, em nosso processo de conversão, não há como perseverar sem o auxílio de Nossa Senhora.

A Virgem Maria é a mediadora entre nós e Jesus Cristo (cf. TVD 83), que está à direita do Pai intercedendo por nós. Por isso, ao nos aproximar da Virgem Santíssima, mais nos aproximamos do Senhor. Não tenhamos medo de invocar sempre a intercessão, o cuidado, o auxílio de Nossa Senhora em nossas necessidades. Peçamos a ela que nos conceda as graças necessárias para vencer nossas fraquezas e perseverar no Caminho que conduz à Terra Prometida (cf. Jr 7, 3), ao Reino dos Céus.

Canção Nova / Pastoral da Comunicação da Paróquia de Sant'Ana - http://matrizdesantana.blogspot.com.br/

quinta-feira, 28 de maio de 2015

Nossa Senhora Rainha dos anjos, dos santos e dos homens

O título de Rainha exprime o pensamento de a Santíssima Virgem se avantajar a todas as ordens de santidade e de virtude pelos méritos de ser a Mãe de Deus. Rainha dos meios que levam a Jesus Cristo, e de que, sendo Rainha assunta ao Céu, já era sobre a terra, isto é, Rainha reconhecida pela terra e pelo céu como sendo a criatura mais perfeita e mais avantajada em toda a santidade e semelhança de Deus Criador! Mas quando falamos no título da realeza de Maria Santíssima, trata-se da realeza que lhe cabe por direito como soberana, deduzida das suas relações com Jesus Cristo, Rei por direito de tudo o que foi criado, visível e invisível, no céu e na terra.


Efetivamente, as prerrogativas de Jesus Cristo têm todos os seus reflexos na Santíssima Virgem, Sua Mãe admirável. Assim, Jesus Cristo é o Autor da graça, e Sua Mãe é a despenseira e intercessora de todas as graças. E assim, pelo reflexo da Realeza de Jesus Cristo, seu Filho, ela é a Rainha do Céu e da Terra, dos Anjos e dos homens, das famílias e dos corações, dos justos e dos pecadores que, na Sua Misericórdia real, encontram perdão e refúgio.

Oh! Se os homens aceitassem, de verdade prática, a Realeza da Santíssima Virgem, em todas as nações, em todos os lares e realmente pelo seu governo maternal regulassem os interesses deste mundo material, buscando primeiro que tudo o Reino de Deus, o Reino de Maria Santíssima, obedecendo aos seus ditames e conselhos reais, como depressa se mudaria a face da Terra.

Todas as heresias foram, em todos os tempos, vencidas pelo cetro da Santíssima Mãe de Deus. Nesses nossos tempos, tão conturbados pelas sumas das heresias, os homens debatem-se numa pavorosa luta em que vemos e apalpamos, da maneira mais trágica, serem insuficientes os meios humanos para restabelecer a paz na sociedade humana!  De resto, demasiado puseram os homens a sua confiança nos sistemas sociais, nos meios do progresso científico, no poder das armas de destruição, no terrorismo, e tudo isso só serviu para o mundo assistir, agora desorientado, à maldição profetizada aos homens que põem a sua confiança nos homens, afastando-se de Deus e da ordem sobrenatural da graça.

Reze com devoção e confiança esta oração: Oh, Maria sem pecado concebida! A mais Preciosa Menina, Rainha das Maravilhas. Ajuda-me, neste dia, a ser sempre teu verdadeiro filho, para chegar um dia ao Deus da vida. És Rainha do Céu e da Terra, gloriosa e digna Rainha do Universo a quem podemos invocar de dia e de noite, não só com o doce nome de Mãe, mas também com o de Rainha, como te saúdam no Céu com alegria e amor todos os anjos e santos. Nossa Senhora Rainha, Celeste Aurora, enviai a luz divina do Universo para me ajudar a resolver esses problemas (descrever resumidamente as suas intenções). Pai-Nosso, Ave-Maria e Glória ao Pai. Nossa Senhora Rainha, rogai por nós!

Padre Luizinho - Canção Nova / Pastoral da Comunicação da Paróquia de Sant'Ana - http://matrizdesantana.blogspot.com.br/

domingo, 24 de maio de 2015

Como receber o Espírito Santo?

O Santo Pentecostes é celebrado no quinquagésimo dia da Páscoa. Para os judeus, era a festa do dom da Lei de Moisés: cinquenta dias após a saída de Israel do Egito, o povo chegou ao pé do Sinai e, aí, recebeu a Lei e, pelo pacto da Aliança, tornou-se para sempre o povo de Deus. É também a festa das primícias: na Terra Santa, o Pentecostes era comemorado no tempo da colheita da cevada. Levavam-se, então, os primeiros frutos da terra para o Templo de Deus.

Foi no dia de hoje, no Pentecostes dos judeus, quando os apóstolos estavam reunidos em Jerusalém, que o Senhor Jesus, que já tinha soprado Seu Espírito sobre os Doze (representando a Igreja toda), agora efundiu de modo portentoso, como no Sinai (vento, fogo, tremor de terra), o Espírito Santo, marcando o início da missão da Igreja de anunciar e testemunhar o Ressuscitado até os confins da Terra.

O Espírito é a própria vida que agora preenche e sustenta Jesus Ressuscitado, de modo que receber o Espírito é receber a própria vida de Jesus, Sua energia e potência de ressurreição. Para compreender numa linguagem de hoje: o Espírito é um “vírus”, o “vírus” de Cristo morto e ressuscitado. O que esse “vírus bendito” faz? “Cristifica-nos”, isto é, vai nos impregnando da vida, dos sentimentos e atitudes de Cristo Jesus.

É um processo que chega ao máximo após a morte: esse Espírito virótico nos transfigura totalmente, corpo e alma, segundo o Cristo na Sua morte e ressurreição: a alma logo após a morte; o corpo, no final dos tempos, juntamente com toda a humanidade, toda a criação e toda a história.

Mas como se recebe este Espírito? Como entrar naquela experiência que os apóstolos tiveram quando Jesus soprou sobre eles e lhes deu o Espírito de paz e perdão dos pecados? A resposta é: pelos sacramentos da Igreja. Eles são os gestos de Cristo Ressuscitado, que até a consumação dos séculos agirá na Sua Comunidade e em cada discípulo Seu. Em cada sacramento, invariavelmente, o Pai derrama o Espírito do Filho para transfigurar o cristão em Cristo, de modo que, inserido no Seu Corpo glorioso, isto é, na Igreja, tenha acesso ao Pai.

Vejamos: no Batismo, o Espírito é dado na água, como vida nova em Cristo (“Todo aquele que está em Cristo é uma nova criatura”); na Crisma, é dado no óleo, como força para edificar a Igreja e testemunhar diante do mundo que Jesus é Senhor (“Não recebestes um espírito de temor, mas o Espírito de força…”); na Eucaristia, Ele impregna o pão e o vinho, até transformá-los no Corpo e no Sangue do Senhor, pleno de Espírito de vida eterna (“Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna. É o Espírito quem dá vida…”); no Matrimônio, é dado como Espírito de amor que une o Cristo e a Igreja como Esposo e Esposa numa nova e eterna Aliança, fazendo com que marido e mulher vivam o amor como sacramento da aliança esponsal entre Cristo e Sua Igreja católica (“Maridos, amai vossas esposas como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela…”).

Na Ordem, os Bispos, sacerdotes e diáconos recebem o Espírito pela imposição das mãos, para serem presença do Cristo cabeça, mestre e sacerdote do rebanho (“O Espírito do Senhor repousa sobre mim porque o Senhor me ungiu…); na Penitência, o Espírito é dado pela imposição das mãos para o perdão dos pecados (“Recebei o Espírito Santo. A quem perdoardes os pecados, eles serão perdoados”); na Unção dos Enfermos, o Espírito é dado como alívio e cura interior, para que o cristão que padece possa unir-se à cruz do Senhor (“Completo na minha carne o que faltou à paixão de Cristo…)”.

Pois bem, durante toda a nossa existência, o Espírito do Senhor vai dando testemunho de Jesus no mais íntimo de nós e nos vai transfigurando no Cristo. Sejamos dóceis à ação d’Ele. Se o Espírito é um “vírus bom”, o pecado é uma vacina ruim, que impede o vírus de agir e o deixa incubado em nós, sem produzir seus frutos… Por isso, São Paulo nos convida a viver não segundo a carne (= pecado), mas segundo o Espírito que habita em nós. Sejamos gratos ao Senhor que nos cumulou com o Seu Espírito e sejamos dóceis à Sua ação em nós.

Canção Nova Formação / Pastoral da Comunicação da Paróquia de Sant'Ana - http://matrizdesantana.blogspot.com.br/

sábado, 23 de maio de 2015

Pentecostes: Recebei o Espírito Santo!

Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da semana, os discípulos estavam reunidos, com as portas fechadas por medo dos judeus. Jesus entrou e pôs-se no meio deles. Disse: “A paz esteja convosco”. Dito isso, mostrou-lhes as mãos e o lado. Os discípulos, então, se alegraram por verem o Senhor. Jesus disse, de novo: “A paz esteja convosco. Como o Pai me enviou também eu vos envio”. Então, soprou sobre eles e falou: “Recebei o Espírito Santo. A quem perdoardes os pecados, serão perdoados; a quem os retiverdes, ficarão retidos”. Jo 20,19-23 ou Jo 15,26-27; 16,12-15

O Espírito Santo é o dom de Deus oferecido a nós

Com a solenidade de Pentecostes encerra-se o tempo da Páscoa. A promessa da vinda do Espírito Santo feita por Jesus aos seus discípulos se realiza (cf. At 1,8). Elevado à glória celeste, o Senhor nos enviou, da parte do Pai, o Espírito que o conduziu ao longo de toda a sua vida para que sejamos iluminados pelo Espírito Santo, que é o dom de Deus oferecido a nós para o testemunho. O dom do Espírito é o dom dos tempos escatológicos, o dom definitivo de Deus como cumprimento de toda a sua promessa. Hoje, Deus derramou o seu espírito sobre “toda carne” (cf. Jl 3,1-5). A humanidade inteira é destinatária desse poder que vem do alto. O Espírito é dado para fazer compreender e viver a palavra de Jesus Cristo. O Espírito Santo é uma realidade interior que nos ultrapassa infinitamente (cf. Jo 3,8). Ele enche toda a terra.

A festa cristã de Pentecostes coincide com a festa judia de Pentecostes (cf. At 1,1). De uma festa agrícola (Ex 12,15-17; Ex 34,22; Dt 16,10), o pentecostes judeu passou, no período pós-exílico, a ser a festa comemorativa da renovação da Aliança do Sinai (Ex 19,1). O adjetivo ordinal “pentecostes” indica o último dia de uma série de cinquenta dias. Essa coincidência intencional das duas tradições tem por finalidade fazer compreender que o Espírito Santo é a lei interna da caridade. Todo o relato dos Atos dos Apóstolos precisa ser bem compreendido para que o sentido do texto não seja desvirtuado nem a mensagem do texto prisioneira de certas concepções equivocadas. O relato possui elementos claríssimos da teofania do Sinai: barulho ensurdecedor, fogo, espanto (cf. Ex 19,16). São elementos que, na cultura bíblica de determinada época, indicam a presença do próprio Deus. O barulho enche toda a casa, do mesmo modo que o Espírito Santo enche todos os que nela estão. Depois de um elemento sonoro, tem-se um elemento visual: “como que línguas de fogo”. Essas línguas de fogo simbolizam o poder de Deus que faz falar. O Espírito Santo é o poder de Deus que faz falar as maravilhas de Deus, sobretudo, o que Deus fez por toda a humanidade mediante seu Filho Jesus Cristo. Não se trata, aqui, de glossolalia, mas de um modo de afirmar a universalidade da missão da Igreja: o dom do Espírito impulsiona a Igreja a assumir cada cultura, a língua de cada povo, para poder fazer chegar a toda pessoa a graça do amor de Deus manifestada no Senhor Jesus Cristo. A linguagem do Espírito não é uma linguagem ordinária, pois ele comunica a realidade íntima de Deus, a verdade da vida espiritual. A ação interior do Espírito Santo é essencial para viver a fé, a esperança e a caridade. O Espírito Santo é o que faz com que a mensagem e a obra de Cristo entrem no mais profundo do coração, onde ele introduz o mistério pascal.

Pe. Carlos Alberto Contieri - Paulinas / Pastoral da Comunicação da Paróquia de Sant'Ana - http://matrizdesantana.blogspot.com.br/

quinta-feira, 21 de maio de 2015

O significado de cada parte da Ave-Maria

Cada parte da oração da Ave-Maria tem um significado baseado nas Sagradas Escrituras e na Tradição

A Ave-Maria é uma das orações mais queridas do povo católico. É a mais antiga oração que conhecemos dirigida a Nossa Senhora, nossa Mãe, Mãe de Jesus, Mãe da Igreja. Ela está na própria Bíblia, revelação de Deus.

Na Anunciação, o Anjo a saudou: “Ave, cheia de graça”. Maria foi a única que achou graça diante de Deus, porque foi a única “concebida sem o pecado original”. Nas aparições a Santa Catarina Labouré, na França, em 1830, ela pediu que fosse cunhada o que ficou sendo chamada de “Medalha milagrosa”. Em letras de ouro, Catarina viu escrita a bela frase: “Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós!”.

“O Senhor é convosco”, disse-lhe o Arcanjo Gabriel. Maria tem uma intimidade profunda com Deus. Diz o nosso Catecismo que “desde toda eternidade, Deus escolheu, para ser a Mãe de Seu Filho, uma filha de Israel, uma jovem judia de Nazaré na Galileia, ‘uma virgem desposada com um varão chamado José, da casa de Davi, e o nome da virgem era Maria’ (Lc 1,26-27)”. Ela é Filha do Pai, é a Mãe do Filho, e é a Esposa do Espírito Santo. Está em plena unidade com a Santíssima Trindade. Numa única mulher Deus tem Mãe, Filha e Esposa.

“Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre” (Lc 1,42). Foi assim que Santa Isabel saudou a Virgem, “em alta voz” e “cheia do Espírito Santo”. E o menino João Batista estremeceu em seu seio. Isabel deixou claro por que Maria é “bendita entre todas as mulheres”: “Donde me vem a honra de vir a mim a Mãe do meu Senhor?” (v.43). E Isabel completa: “Bem-aventurada és tu que creste…” (v.44).

O bendito fruto do seu ventre é o próprio Deus, Filho de Deus, encarnado em seu seio virginal: Jesus. Ela é a Mãe de Deus. Quando o herege Nestório, patriarca de Constantinopla, quis negar essa verdade, o povo se revoltou, e o Concílio de Nicéia, em 431, confirmou a maternidade divina de Maria: (Theotókos). “Todas as gerações me chamarão bem-aventurada” (Lc 1,48), por isso a piedade da Igreja para com a Santíssima Virgem é intrínseca ao culto cristão.

Depois de saudar a Virgem Maria, Mãe de Deus, com essas palavras que desceram do céu, a oração da Ave-Maria nos leva a implorar as graças do Senhor pela intercessão daquela a quem Deus nada pode negar.

“Santa Maria, Mãe de Deus”. O que não consegue a Mãe do Altíssimo? O que não pode conseguir, diante do trono da graça, aquela que é Sua Mãe, Esposa e Filha? O milagre das Bodas de Caná (João 2) diz tudo, mostra o grande poder intercessor da Mãe diante do Filho. Por isso, a Igreja sempre nos ensinou: “Peça à Mãe que o Filho atende!”. O bom filho nada nega à sua mãe, por isso São Bernardo de Claraval, doutor da Igreja, a chamava de “Onipotência suplicante”. Consegue tudo, por graça, o que Deus pode por natureza.

E nós pecadores lhe imploramos: “Rogai por nós pecadores agora e na hora de nossa morte”. Consegue do Rei os grandes benefícios aqueles que estão perto d’Ele, aqueles que têm intimidade com Ele. Quem mais do que Maria tem intimidade com Deus? Quantas pessoas me pedem para mediar um pedido junto a monsenhor Jonas Abib, porque sabem que tenho intimidade com ele! O mesmo acontece com Deus. Esse é o poder da intercessão.

A Mãe Santíssima diante do seu Filho roga por nós sem cessar. Disse o Concílio Vaticano II que “assunta aos céus (…), por sua múltipla intercessão, continua a alcançar-nos os dons da salvação eterna. (…) Por isso, a bem-aventurada Virgem Maria é invocada na Igreja sob os títulos de advogada, auxiliadora, protetora e medianeira.” (n.969).

“A missão materna de Maria em favor dos homens de modo algum obscurece nem diminui a mediação única de Cristo; pelo contrário, até ostenta sua potência, pois todo o salutar influxo da bem-aventurada Virgem (…) deriva dos superabundantes méritos de Cristo, baseia-se em sua mediação, dela depende inteiramente e dela aufere toda a sua força.” (n.970)

A nossa Mãe roga por nós a cada momento, mesmo que não tenhamos consciência disso; especialmente protege aqueles que lhe são consagrados fervorosamente. De modo especial, defende-nos na hora da morte. Quantas almas a Virgem Maria salva na hora da morte! Especialmente aqueles que lhe são consagrados. São Bernardo dizia que não é possível que se perca um bom filho de Maria. Por isso, pedimos insistentemente que ela rogue por nós, sobretudo na hora decisiva de nossa morte. Quando rezamos o Santo Rosário, a ela oferecemos rosas espirituais que ela leva a Deus por nós. Ela não as retém para si, pois o rosário é a meditação de toda a vida de Jesus Cristo, nosso Senhor.

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Os dons infusos do Espírito Santo

Os dons infusos produzem os frutos, perfeições que o Espírito Santo forma em nós como primícias da glória eterna

Desde o batismo, o Espírito habita em nós (cf. 1 Cor 3,16; 6,19) e gera em nós os dons de santificação, também chamados dons infusos: Ciência, Entendimento, Sabedoria, Conselho, Piedade, Fortaleza e Temor de Deus. Com a Crisma, esses dons crescem no cristão. Os Sete dons do Espírito Santo.


“Não sabeis que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? Porque o templo de Deus, que sois vós é santo” (1 Cor 3,16). “Ou não sabeis que o vosso corpo é templo do Espírito Santo, que habita em vós, o qual vos foi dado por Deus? (1 Cor 6,19).

O nosso Catecismo diz: “A vida moral dos cristãos é sustentada pelos dons do Espírito Santo. Estes são disposições permanentes que tornam o homem dócil para seguir os impulsos do mesmo Espírito” (n. 1830).

Os dons do Espírito Santo são como que “auxiliares das graças”, os seus “lubrificantes”. São predisposições para a santidade que o batismo infunde na nossa alma junto com a graça santificante e as virtudes teologais (fé, esperança e caridade) e morais (justiça, fortaleza, prudência e temperança).

Além dos dons infusos, o Espírito Santo produz nos fiéis os frutos, que são perfeições que o divino Espírito forma em nós como primícias da glória eterna. A Tradição da Igreja enumera doze: “caridade, alegria, paz, paciência, longanimidade, bondade, benignidade, mansidão, fidelidade, modéstia, continência e castidade” (Gl 5,22-23 vulg.).

Os sete dons do Espírito Santo em plenitude pertencem a Cristo. Completam e levam à perfeição as virtudes daqueles que os recebem. Tornam os fiéis dóceis para obedecer prontamente às inspirações divinas. “Que o teu bom espírito me conduza por uma terra aplanada” (Sl 143,10). “Todos os que são conduzidos pelo Espírito Santo são filhos de Deus. Filhos e, portanto, herdeiros; herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo” (Rm 8,14.17).

Somente pela ação do Espírito Santo em nós é que podemos conquistar a santidade. É ele que, desde o batismo, vem habitar em nós para nos fazer “templos do Deus vivo”; ou, como disse São Pedro, “pedras vivas, vós também vos tornais os materiais deste edifício espiritual, um sacerdócio santo, a oferecer vítimas espirituais agradáveis a Deus, por Cristo” (1Pe 2,5). São Pedro Julião Eymard disse que “é dogma de fé que, sem o auxílio do Espírito Santo, não podemos ter um pensamento sobrenatural; apenas naturais”.

O Espírito de Jesus habita em nós para fazer-nos imagens de Jesus (Rom 8,29), o Homem perfeito e Santo. Desde o batismo, o Espírito habita em nós com a Trindade Santíssima e nos dá os dons de santificação: Sabedoria, Ciência, Entendimento, Conselho, Fortaleza, Piedade e Temor de Deus. A Igreja nos ensina que, mediante esses dons, o Espírito nos dirige para a santificação, à medida que a nossa disposição coopera com a graça.

Muitas vezes, pedimos um ou outro dom do Espírito Santo. Devemos ter a coragem de pedir todos eles, para que Deus venha sempre em socorro de nossas fraquezas e nos ajude a crescer na busca da santidade de vida e no engajamento à missão evangelizadora de anunciar a Trindade – Pai, Filho e Espírito Santo – ao mundo, para que o mundo creia e a paz, a concórdia e a misericórdia reinem entre nós.

Peçamos, humildemente, a Virgem Maria Aparecida,  esposa do Espírito Santo, que interceda por nós junto a Deus, concedendo-nos  a graça de recebermos os divinos dons, apesar de nossa indignidade, de nossa miséria, de nossa fragilidade e fraqueza. O próprio Jesus, Nosso Redentor, recomenda-nos:  “Pedi e se vos dará. Buscai e achareis. Batei e vos será aberto”(Mt 7, 7).

Façamos a experiência e possamos experimentar as chuvas de bênçãos que Pentecostes nos proporcionará. Amém!

segunda-feira, 18 de maio de 2015

Paróquia de Sant’Ana promove Casamento Comunitário, no dia em que a Igreja reflete sobre o ambiente familiar

56 casais receberam o Sacramento do Matrimônio, nos turnos da manhã e da tarde, na Igreja Matriz de Sant’Ana

No último domingo (17), dia em que a Igreja celebrou a Ascensão do Senhor e o 49º Dia Mundial das Comunicações Sociais, a Paróquia de Sant’Ana (Bom Jardim - PE), através da ação conjunta entre Secretaria Paroquial, Pastoral dos Noivos e Pastoral Litúrgica, promoveu o enlace matrimonial de 56 casais, inscritos no Casamento Comunitário. O Pároco local, Pe. Elias Roque, e o Vigário Paroquial, Pe. Jorge Sousa, foram os responsáveis em assistir à celebração, oficializando perante Deus e a Igreja a união conjugal dos noivos.


Para Janaína Maria, que também formalizou a sua união com Claudiano Souza, o Casamento Comunitário representou a realização de um sonho pessoal e o estreitamento dos laços filiais com Deus.

“Foi a realização de um sonho particular. O cerimonial comunitário foi uma experiência muito emocionante, que nunca sairá das nossas lembranças. Tive a certeza de que Deus atuou no coração de todos os casais, trazendo-nos para um contexto familiar mais santo e fraterno”, destacou Janaína.

O Casamento Comunitário aconteceu nos turnos da manhã e da tarde, na Igreja Matriz de Sant'Ana, e contou com a participação de casais da cidade e da zona rural.


Por Bruno Araújo / Pastoral da Comunicação da Paróquia de Sant’Ana – http://matrizdesantana.blogspot.com.br/

domingo, 17 de maio de 2015

Igreja celebra 49º Dia Mundial das Comunicações Sociais

Neste domingo, 17, Igrejas de todo o mundo comemoram o 49º Dia Mundial das Comunicações Sociais. Esta celebração é o único Dia Mundial estabelecido pelo Concílio Vaticano II e tem como objetivo chamar a atenção para o vasto e complexo fenômeno dos modernos meios de comunicação social existentes nos dias atuais.

O Papa Paulo VI foi o primeiro a comemorar o Dia Mundial das Comunicações, que aconteceu no dia 7 de Maio de 1967.

A data foi instituída com o decreto Inter Mirifica. Desde então, vem sendo celebrada em muitos países no domingo que antecede a Festa de Pentecostes (em 2015, 17 de maio). A mensagem do Papa para a ocasião é publicada, tradicionalmente, no dia 24 de janeiro, festa de São Francisco de Sales, padroeiro dos jornalistas.

Em sintonia com as reflexões do Sínodo da Família, o Papa Francisco propôs como tema do Dia Mundial das Comunicações Sociais 2015 uma temática semelhante: “Comunicar a família: ambiente privilegiado do encontro na gratuidade do amor”.

Mensagem do Papa Francisco

O Pontífice trata das famílias e suas mudanças culturais, ressaltando os seus diversos aspectos e seu envolvimento com a comunicação.

Um dos destaques foi a colocação de Francisco, na qual aponta a família como “ventre” maternal das pessoas nesse mundo, onde é possível ter a experiência do encontro das diferenças na gratuidade do amor.

“Diferenças de gêneros e de gerações, que comunicam, antes de mais nada, acolhendo-se mutuamente, porque existe um vínculo entre elas.”

A mensagem também expõe a forma como os meios de comunicação social falam da família. Muitas vezes, apresentam-na como um modelo abstrato a aceitar ou rejeitar, e não como uma realidade concreta a ser vivida.

“A família mais bela, protagonista e não problema, é aquela que, partindo do testemunho, sabe comunicar a beleza e a riqueza do relacionamento entre o homem e a mulher, entre pais e filhos. Não lutemos para defender o passado, mas trabalhemos com paciência e confiança, em todos os ambientes onde diariamente nos encontramos, para construir o futuro”.

Canção Nova Notícias / Pastoral da Comunicação da Paróquia de Sant'Ana - http://matrizdesantana.blogspot.com.br/

sábado, 16 de maio de 2015

Evangelho Dominical: Ascensão do Senhor

Jesus disse-lhes: “Ide pelo mundo inteiro e anunciai a Boa-Nova a toda criatura! Quem crer e for batizado será salvo. Quem não crer será condenado. Eis os sinais que acompanharão aqueles que crerem: expulsarão demônios em meu nome; falarão novas línguas; se pegarem em serpentes e beberem veneno mortal, não lhes fará mal algum; e quando impuserem as mãos sobre os doentes, estes ficarão curados”. Depois de falar com os discípulos, o Senhor Jesus foi levado ao céu e sentou-se à direita de Deus. Então, os discípulos foram anunciar a Boa-Nova por toda parte. O Senhor os ajudava e confirmava sua palavra pelos sinais que a acompanhavam. Mc 16,15-20

Anunciai a Boa-Nova a toda criatura!

A solenidade da Ascensão, celebrada quarenta dias depois da Páscoa, conclui a série de aparições de Jesus ressuscitado. Na oração da coleta desse dia, rezamos: “Ó Deus, a ascensão do vosso Filho já é nossa vitória”. Celebramos a vitória de Jesus Cristo sobre o mal e todas as suas manifestações e sobre a morte. Dessa vitória todos somos herdeiros, pelos méritos de Cristo. Essa vitória de Cristo nos faz compreender que o mal e a morte não têm mais poder, eles foram vencidos pelo Senhor ressuscitado dentre os mortos. O trecho dos Atos dos Apóstolos, de hoje, é de capital importância para compreender a mensagem da ascensão do Senhor. Ao longo de quarenta dias, depois da ressurreição, o Senhor apareceu aos discípulos e os instruiu pelo Espírito Santo. O Senhor continua presente e a falar com os seus, mas agora não de viva voz e em carne e osso, podemos dizer, mas pelo Espírito Santo (cf. At 1,2). O Espírito Santo torna o Cristo presente aos seus discípulos e atual as suas palavras. Agora, é através do Espírito Santo que o Senhor continua a revelar o desígnio salvífico de Deus. O relato da ascensão não se oferece ao nosso olhar; trata-se de uma profissão de fé: ressuscitado dos mortos, Jesus Cristo foi elevado ao céu onde está sentado à direita do Pai. O relato tem por finalidade ser um apoio para a intelecção da fé e o aprofundamento do mistério da ressurreição. O passivo divino usado para dizer da elevação de Jesus indica que é o Pai quem o elevou. A nuvem que envolve o Ressuscitado é, para a tradição bíblica, símbolo da presença de Deus que acompanha o seu povo (cf. Ex 13,22). A nuvem que envolve o Senhor é um modo de dizer que Jesus ressuscitado entra no mistério de Deus, no que é seu, antes da criação do mundo. Os dois mensageiros celestes são um apoio para compreender que, agora, com seu corpo glorioso, o Senhor não é encontrado no alto, mas na nossa própria humanidade, em todos os lugares e situações, no cotidiano da existência humana. É pela fé que vemos e encontramos o Senhor, em meio às vicissitudes da história. Pela fé a elevação de Jesus Cristo não é sentida como ausência, mas como uma forma de presença. A ascensão é, para nós cristãos, o momento a partir do qual, ao invés de ficar olhando o céu, devemos cumprir a missão que o Senhor ressuscitado nos confiou, a saber, a de sermos testemunhas do seu amor (cf. At 1,8). Na conclusão do evangelho de Marcos, depois de confiar aos discípulos a missão de expandir o evangelho por toda a terra, Jesus foi elevado ao céu e sentou-se à direita de Deus. Mas essa missão tão grande não pode ser realizada a não ser com a força que Deus mesmo concede (cf. Mc 16,20).

Pe. Carlos Alberto Contieri - Paulinas / Pastoral da Comunicação da Paróquia de Sant'Ana - http://matrizdesantana.blogspot.com.br/

sexta-feira, 15 de maio de 2015

O Rosário é um método simples para contemplar o rosto de Jesus com Maria

Contemplar o rosto de Jesus Cristo com a Virgem Maria é, antes de mais nada, recordar os mistérios do Filho, o Verbo de Deus humanado. Essa recordação deve ser entendida no sentido bíblico de memória, do hebraico zikaron, que atualiza as obras realizadas por Deus na história da salvação.


Fazer memória das obras do Senhor era comum na religião do povo de Israel, ao qual Nossa Senhora pertencia. Por isso, os mistérios de Cristo que lhe eram apresentados em termos quase incompreensíveis, “Maria os conservava, meditando-os no seu coração”. Dessa forma, a Santíssima Virgem foi a primeira a fazer memória, a meditar profundamente os mistérios do Filho de Deus feito Homem, tornando-se para nós Mestra por excelência na contemplação do rosto de Cristo e de Seus santos e divinos mistérios.

A Bíblia, toda ela intimamente ligada à religião judaica, é a narração dos acontecimentos salvíficos, que culminam no memorial da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo. Esses mistérios não constituem somente um “ontem”, não são apenas recordações de fatos do passado, mas se atualizam no “hoje” da salvação. Essa atualização se realiza de modo privilegiado na Liturgia da Santa Missa. O que Deus realizou, há quase dois mil anos, alcançou não somente as testemunhas diretas dos mistérios de Cristo, mas também, pelo dom da graça, os homens e mulheres de todos os tempos. Todavia, essa atualização não se limita à liturgia, mas acontece nas devoções que têm ligação com esses mistérios. “Fazer memória deles, em atitude de fé e de amor, significa abrir-se à graça que Cristo nos obteve com os seus mistérios de vida, morte e ressurreição”.

A atualização, o memorial dos mistérios de Jesus Cristo têm, no terço mariano, sua expressão popular mais profunda. Desde tempos imemoriais, rezou-se e tornou-se cada vez mais conhecida e valorizada essa oração tão querida pelo povo de Deus. Sua grande popularidade se deve, principalmente, ao fato de o Rosário ser um método simples para contemplar o rosto de Jesus com Maria. Como método de oração, ele deve ser utilizado para seu verdadeiro fim, ou seja, a contemplação de Cristo, e não como fim em si mesmo. Considerando que o Rosário é fruto da experiência de devoção dos cristãos, há séculos, esse método não deve ser subestimado, pois estão a seu favor a experiência de inumeráveis santos, como São Domingos de Gusmão, São Luís Maria Grignion de Montfort, São Pio de Pietrelcina e São João Paulo II, que praticaram e ensinaram essa piedosa devoção com abundantes frutos espirituais.

A Ave-Maria é o elemento mais encorpado do Rosário, que faz dele uma oração mariana por excelência. Entretanto, o carácter mariano da Ave-Maria não se opõe ao cristológico, mas até o sublinha e exalta. A primeira parte da Ave-Maria, tirada das palavras dirigidas a Maria pelo Anjo Gabriel e por Isabel, é a contemplação adoradora do mistério de Cristo, que se realiza na Virgem de Nazaré. Essas palavras exprimem a admiração do Céu e da Terra, e transparecem o encanto do próprio Deus ao contemplar a Sua obra-prima – a encarnação do Filho no ventre virginal de Maria –, que nos remete ao olhar contemplativo do Criador, daquele primordial “pathos com que Deus, na aurora da criação, contemplou a obra das suas mãos”. “A repetição da Ave-Maria no Rosário sintoniza-nos com esse encanto de Deus: é júbilo, admiração, reconhecimento do maior milagre da história”. A recitação dessa oração é também o cumprimento da profecia de Maria: “ Todas as gerações me proclamarão bem-aventurada”.

O “centro de gravidade” da Ave-Maria, uma espécie de “dobradiça” entre a primeira e a segunda parte dessa oração, é o nome de Jesus. Numa recitação precipitada e desatenta, perdemos esse centro e também a ligação com o mistério de Cristo que contemplamos. Dessa forma, deixamos de colher preciosos frutos, pois “é pela acentuação dada ao nome de Jesus e ao Seu mistério que se caracteriza a recitação expressiva e frutuosa do Rosário”. Nesse sentido, em algumas regiões costuma-se realçar o nome de Cristo, acrescentando, logo depois, uma passagem bíblica que recorda o mistério meditado. Esse costume é muito louvável, especialmente na recitação pública do Rosário, e exprime, de forma intensa, a fé em Jesus Cristo, aplicada aos diversos momentos da Sua vida. Repetir o nome de Jesus, o único nome do qual se pode esperar a salvação, juntamente com o nome de Maria, deixando que seja a Mãe a nos levar para o Filho, é um caminho de assimilação que nos faz penetrar cada vez mais profundamente na vida de Cristo. “Dessa relação muito especial de Maria com Cristo, que faz d’Ela a Mãe de Deus, a Theotókos, deriva a força da súplica com que nos dirigimos a Ela depois na segunda parte da oração, confiando à sua materna intercessão a nossa vida e a hora da nossa morte”.

Assim, a contemplação do rosto de Jesus Cristo com a Virgem Maria é o memorial, a atualização dos mistérios da salvação no hoje da nossa vida. A atualização desses mistérios acontece de modo privilegiado na liturgia, na celebração da Eucaristia, memorial do mistério pascal de Cristo, da Sua Paixão, Morte e Ressurreição. A atualização se dá também naquelas devoções em que são contemplados os mistérios de Cristo. Entre essas devoções, brilha de modo inigualável o Rosário, no qual meditamos com a Virgem Maria os mistérios da nossa salvação. Nele, contemplamos com Maria o rosto humano de Deus. Por meio do Rosário, a Mãe de Deus nos leva ao seu Filho, para contemplarmos Sua face e fazer a Sua vontade: “Fazei o que ele vos disser”. Por fim, pela oração do Rosário nos confiamos à materna intercessão da Virgem Mãe de Deus junto ao seu amado Filho Jesus Cristo.

Natalino Ueda – Canção Nova Formação / Foto: Bruno Araújo - Pastoral da Comunicação da Paróquia de Sant’Ana – http://matrizdesantana.blogspot.com.br/

terça-feira, 12 de maio de 2015

Nossa Senhora de Fátima, graça e a misericórdia

Segundo as memórias da Irmã Lúcia, podemos dividir a mensagem de Fátima em três ciclos: Angélico, Mariano e Cordimariano.

O Ciclo Angélico se deu em três momentos: quando o anjo se apresentou como o Anjo da Paz, depois como o Anjo de Portugal e, por fim, o Anjo da Eucaristia.

Depois das aparições do anjo, no dia 13 de maio de 1917, começa o ciclo Mariano, quando a Santíssima Virgem Maria se apresentou mais brilhante do que o sol a três crianças: Lúcia, 10 anos, modelo de obediência e seus primos Francisco, 9, modelo de adoração e Jacinta, 7, modelo de acolhimento.

Na Cova da Iria aconteceram seis aparições de Nossa Senhora do Rosário. A sexta, sendo somente para a Irmã Lúcia, assim como aquelas que ocorreram na Espanha, compondo o Ciclo Cordimariano.

Em agosto, devido às perseguições que os Pastorinhos estavam sofrendo por causa da mensagem de Fátima, a Virgem do Rosário não pôde mais aparecer para eles na Cova da Iria. No dia 19 de agosto ela aparece a eles então no Valinhos.

Algumas características em todos os ciclos: o mistério da Santíssima Trindade, a reparação, a oração, a oração do Santo Rosário, a conversão, a consagração da Rússia ao Imaculado Coração de Maria. Enfim, por intermédio dos Pastorinhos, a Virgem de Fátima nos convoca à vivência do Evangelho, centralizado no mistério da Eucaristia. A mensagem de Fátima está a serviço da Boa Nova de Nosso Senhor Jesus Cristo.

A Virgem Maria nos convida para vivermos a graça e a misericórdia. A mensagem de Fátima é dirigida ao mundo, por isso, lá é o Altar do Mundo.

Expressão do Coração Imaculado de Maria que, no fim, irá triunfar é a jaculatória ensinada por Lúcia: “Ó Meu Jesus, perdoai-nos e livrai-nos do fogo do Inferno, levai as almas todas para o Céu; socorrei principalmente as que mais precisarem!”. Nossa Senhora de Fátima, rogai por nós!

Santo do Dia - Canção Nova / Pastoral da Comunicação da Paróquia de Sant'Ana - http://matrizdesantana.blogspot.com.br/

domingo, 10 de maio de 2015

Feliz Dia das Mães!

O grande milagre da vida realiza-se quando o sopro amoroso da existência, vindo de Deus, perpassa o ser de alguém que se desfaz de si para elevar o pequeno e indefeso até a grandiosidade de sua missão neste mundo.

A todas as mães de nossa comunidade paroquial, externamos nossas sinceras e afetuosas felicitações.

Feliz Dia das Mães!


Pastoral da Comunicação da Paróquia de Sant'Ana - http://matrizdesantana.blogspot.com.br/

sábado, 9 de maio de 2015

Evangelho Dominical: Permanecei no meu amor

Como meu Pai me ama, assim também eu vos amo. Permanecei no meu amor. Se observardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor, assim como eu observei o que mandou meu Pai e permaneço no seu amor. Eu vos disse isso, para que a minha alegria esteja em vós, e a vossa alegria seja completa. Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei. Ninguém tem amor maior do que aquele que dá a vida por seus amigos. Vós sois meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando. Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu Senhor. Eu vos chamo amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi de meu Pai. Não fostes vós que me escolhestes; fui eu que vos escolhi e vos designei, para dardes fruto e para que o vosso fruto permaneça. Assim, tudo o que pedirdes ao Pai, em meu nome, ele vos dará. O que eu vos mando é que vos ameis uns aos outros. Jo 15,9-17


O amor de Deus e o Deus que é amor

A liturgia da palavra deste domingo fala do amor de Deus e do Deus que é amor. Nós atingimos, aqui, o âmago da revelação do Novo Testamento. A fonte do amor é o Pai, mas para chegar até nós ele passa pelo Filho que se encarnou para a nossa salvação. Através de Jesus temos acesso ao amor do Pai que nos amou primeiro (cf. 1Jo 4,10). A alegoria da videira (15,1-8) tem sua explicação nos versículos seguintes, que são, grosso modo, uma meditação sobre o amor fraterno. O amor é o fruto esperado de quem permanece unido à videira verdadeira. A fonte do amor é o Pai. Com o mesmo amor com que o Pai ama o Filho, Jesus ama os seus discípulos (cf. Jo 13,1). O Pai ama criando o universo, gerando o Filho desde toda eternidade, entregando-o à morte para que o mundo fosse salvo por ele (cf. Jo 3,16). A fonte da alegria dos discípulos está em se deixar in-habitar por esse dinamismo do amor divino.

“Mandamento”, aqui, deve ser entendido como o conjunto dos ensinamentos de Jesus, expressos nas suas palavras e nos seus gestos. O amor a Jesus tem uma exigência prática: é imitando o Senhor e vivendo os seus ensinamentos que o discípulo é in-habitado por seu amor. O amor engaja a pessoa num compromisso e comunhão profundos com quem é amado. O amor assim vivido é o caminho da verdadeira felicidade. Aliás, não há forma de viver o amor que não suponha a entrega de si mesmo. Os versículos 12 a 17 são enquadrados pelo tema principal dessa parte do discurso: o amor fraterno. Na origem do amor do Filho pelos discípulos está o amor de Deus pelo Filho. O Filho é portador do amor do Pai e, pela sua vida, inclusive a sua vida entregue, ele o manifesta a todo o mundo. O amor é exigência e condição de uma vida cristã autêntica, sem hipocrisias. A medida do amor fraterno é a medida do amor de Jesus pelos seus discípulos. No seu amor pelos seus, ele deu a sua própria vida (cf. Jo 13,1). Os “amigos”de Jesus são, além dos discípulos, os leitores do evangelho, nós todos, por quem o Senhor entregou a sua vida e revelou a verdadeira face do Pai. Os relatos de vocação do Doze, nos quatro evangelhos, mostram que a iniciativa do chamado é Jesus (v. 16; cf. Mc 1,16-20; 3,13-19; Jo 6,70). Para poder produzir fruto do amor fraterno, os que são escolhidos devem partir, aceitar serem enviados pelo Senhor para testemunhar o seu amor. Que o Senhor nos ajude a imitá-lo no amor que ele tem por cada um e por todos nós!

Pe. Carlos Alberto Contieri - Paulinas / Pastoral da Comunicação da Paróquia de Sant'Ana - http://matrizdesantana.blogspot.com.br/

quinta-feira, 7 de maio de 2015

Como superar a falta de uma mãe

Como a vida é um ciclo, em algum momento não teremos mais a presença de nossa mãe conosco

Mãe, uma pequena palavra de um significado imenso na vida de cada um de nós. Aquela com quem passamos nove meses de gestação. Ainda mais: antes de gestação do ventre – para as mães biológicas –, a gestação na alma, nos desejos e nas expectativas da vivência materna para as mães adotivas. Nosso papel de filhos começa nesses sonhos de concretização da maternidade.


No ciclo da vida, temos a graça de conviver com uma mulher que dá a vida por nós a cada dia. Cada gesto de amor, aquele olhar carinhoso, ou mesmo as duras atitudes e palavras que machucam, querem, no fundo, nos orientar, na certeza de que a presença materna é muito importante na vida de cada um de nós.

Nem sempre nossa experiência foi ou será positiva com nossa mãe, mas, acima de tudo, cabe a nós o exercício do perdão e da superação nesses momentos.

Como a vida é um ciclo, em algum momento não teremos mais a presença dela conosco. Os relatos da perda de mães são os mais variados possíveis: “Como sinto sua falta!”, “Deixei de fazer algo por ela, sinto-me culpado por seu falecimento”, “Não sei viver sem ela”. Num ciclo de vida, nós ocidentais sabemos comemorar os nascimentos, mas ainda temos muita dificuldade de lidar com a morte, diferente das culturas orientais. Será que, nesse sentido, precisamos nos rever na forma como nos relacionamos com nossas mães?

Perdas, na maioria das vezes, não se explicam. Quando buscamos excessivamente essa explicação, colocamo-nos num labirinto sem saída. É neste momento que a aceitação da perda, que é algo gradual, deve ser elaborada com a ajuda de uma rede de apoio de amigos ou familiares; se necessário, com a ajuda de profissional em terapia.

A culpa por não ter falado algo a tempo, por ter tido atitudes duras, enfim, a culpa de modo geral, se houver, deve ser amadurecida, repensada para que o processo de perda seja melhor vivenciado.

É claro que essa dor não passa rapidamente, mas da dor passamos a viver a saudade; melhor que isso, passamos a viver as memórias, as heranças positivas deixadas por essa mãe, os bons exemplos e também o perdão por aquilo que não vivemos de forma agradável com ela.

Um outro ponto importante é que cada um sente a dor à sua maneira. Frases como: “Não fique assim”, “Sua mãe não gostaria de te ver desse jeito” e outras tantas frases podem até ter uma intenção positiva, mas temos de compreender o tempo de cada um para viver a perda.

Depois do momento inicial de confusão pela perda, as etapas seguintes vão nos dando uma melhor compreensão do que se passou, uma reorganização da vida sem a pessoa querida (especialmente quando somos muito dependentes da mãe para tudo. Aí, cabe uma postura nossa, durante a vida, de criar autonomia e liberdade para que essa perda não seja tão brusca). Nesta fase de reorganização, podem aparecer novamente sentimentos de revolta e incompreensão, até que, num momento posterior, a aceitação para uma nova vida esteja presente efetivamente.

A dor da perda não vai mudar; ela é para sempre, mas o que mudará em nós é a intensidade, bem como o sentido que damos à perda e aos sentimentos que carregamos conosco neste novo momento da vida e de seu ciclo que se renova.

Elaine Ribeiro - Canção Nova Formação / Pastoral da Comunicação da Paróquia de Sant'Ana - http://matrizdesantana.blogspot.com.br/

quarta-feira, 6 de maio de 2015

Por que ir à igreja se eu posso rezar em casa?

A igreja, por mais simples que seja, exala Cristo

É muito comum os católicos “praticantes”, ao convidarem alguém para ir à igreja, ouvirem coisas como: “Por que ir à igreja se posso rezar em casa?” ou “Rezo em casa mesmo! Não preciso ir à igreja”.


A verdade é que precisamos, sim, ir à igreja. Tudo bem que podemos e devemos rezar em casa. Aliás, devemos rezar em todos os momentos. O próprio São Paulo nos diz:“ “Orai sem cessar, porque essa é a vontade de Deus a vosso respeito”” (cf. I Ts 5,17-18). Porém, a igreja é um lugar especial, é a Casa de Deus. É ali que Ele habita. Ali, a cada Santa Missa, Jesus renova Seu Santo Sacrifício e se faz Corpo e Sangue para nos dar a vida. Ali, Jesus fica no Sacrário esperando a nossa visita.

Moisés, quando viu a sarça que ardia, recebeu a seguinte ordem: “Não te aproximes daqui. Tira as sandálias dos teus pés, porque o lugar em que te encontras é uma terra santa” (Ex 3,5).

A morada de Deus é um lugar santo, é um lugar diferente, separado. O ato de sair de casa para ir ao encontro do Senhor é semelhante ao que fez Moisés quando tirou as sandálias para entrar no território santo. Quando visitamos a Casa de Deus, saímos do nosso orgulho, e por que não dizer do nosso comodismo espiritual para encontrar o Deus que nos acolhe?

Antigamente, não nos era permitido ver o que acontecia nos altares. Até hoje a Igreja Católica Ortodoxa é assim. O altar fica por trás de um grande ícone e os fiéis apenas participam aguardando, contemplando o que acontece, numa mistura de expectativa e zelo, tamanho é o zelo e o respeito pelo Santo Mistério da Eucaristia e, consequentemente, do tempo de Deus.

Hoje, para nós católicos, é permitido não apenas ver, mas contemplar e participar do Santo Sacrifício. E por causa do Sacrifício de Cristo podemos adorá-lo na Eucaristia. Estando na casa de Deus, podemos experimentar a graça de, através do visível, tocar no invisível. Quando você entra na igreja, imediatamente acontece o encontro de dois corações: o seu, do jeito que está, com o de Jesus, do jeito que é. Ainda que você não sinta nada, só o ar que você respira é diferente. O solo é santo. A igreja, por mais simples que seja, exala Cristo. As graças acontecem quando você tem consciência disso. E não precisa de sentimentos. Se tomarmos consciência disso, nós podemos dizer como o Salmista:

“Que alegria quando me disseram: Vamos subir à casa do Senhor” (Sl 121,1).

Por isso devemos ir à igreja sempre, com alegria e respeito. Para aprendermos o que é um templo, devemos frequentá-lo sempre, pois São Paulo também nos ensina: “Não sabeis que sois o templo de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós?” (I Cor 3,16).

Sim, somos, de fato, Templo de Deus. O Espírito Santo habita em nós. Mas para saber como “ser” templo do Senhor temos de aprender com o Templo Igreja. Como disse antes: por meio do visível, tocamos o invisível. Só frequentando, com zelo e respeito, o templo que vemos, aprenderemos e tomaremos consciência do templo que nós somos.

Proponho a você, que há muito tempo não entra numa igreja, fazer, ainda que por alguns minutos, uma visita à capela, sabendo que lá habita Deus. Sente-se, respire e perceba que ali algo maior o envolve. Esse algo maior é Deus, que se faz presente com Sua santidade. Não peça nem fale nada. Experimente a graça de estar na Casa do Pai. Eu lhe garanto que, depois disso, você voltará muitas e muitas vezes!

Léo Rabelo - Canção Nova Formação / Pastoral da Comunicação da Paróquia de Sant'Ana - http://matrizdesantana.blogspot.com.br/

terça-feira, 5 de maio de 2015

Casamento Comunitário: Reunião preparatória esclarece dúvidas sobre sacramental e propõe vivência qualitativamente cristã

56 casais oficializarão união em mais uma edição do Casamento Comunitário, no próximo dia 17 de maio

Os casais inscritos no Casamento Comunitário, que acontecerá no próximo dia 17 de maio, nos turnos da manhã (10h00) e tarde (14h00), participaram na tarde do último domingo (3), na Igreja Matriz de Sant’Ana, de um grandioso encontro formativo sobre a importância do Sacramento do Matrimônio, objetivando esclarecer algumas dúvidas pertinentes ao evento e apresentar os benefícios espirituais oriundos deste ato sacramental.


A formação, ministrada por Camila Brasiliano (Grupo de Oração Línguas de Fogo), Marcelo Bandeira (Pastoral dos Noivos), Jaci Souto (Catequista) e Pe. Elias Roque (Pároco), elucidou aos casais sobre os benefícios espirituais provenientes do Sacramento do Matrimônio, nos quais, a partir da união sacramental, poderão usufruir efetivamente, dentro do projeto da redenção.

Segundo Pe. Elias Roque, este momento confere aos casais a oportunidade de reaproximação de uma vivência conjugal qualitativamente cristã.

“O Sacramento do Matrimônio consolida a participação efetiva do cristão no projeto salvífico de Deus, através da entrega mútua perante Cristo e a Igreja. Uma vez inseridos neste contexto, todos são convidados ao exercício missionário da fé, participando do convívio como Igreja que testemunha a Boa Nova do Ressuscitado. Esta é a oportunidade de trilhar o caminho da salvação, através dos canais da graça de Deus, os Sacramentos”, destacou Pe. Elias Roque.

As confissões para o Casamento Comunitário estão sendo realizadas ao longo da semana, conforme agendamento efetuado previamente na Secretaria Paroquial, obedecendo calendário programático.


Por Bruno Araújo / Pastoral da Comunicação da Paróquia de Sant’Ana – http://matrizdesantana.blogspot.com.br/ – Facebook: https://www.facebook.com/ParoquiaDeSantAnaBomJardimPernambuco

domingo, 3 de maio de 2015

A oração do terço

O terço foi criado para o povo que, ao rezá-lo, seguindo os mistérios gozosos, dolorosos e gloriosos, iam revendo a vida e a missão de Cristo, a história da salvação e, ao mesmo tempo, iam desenvolvendo a devoção a Maria, pedindo a sua intercessão.

Mais tarde, o Papa João Paulo II, numa sábia inspiração do Espírito Santo, por meio do documento pontifício O Rosário da Virgem Maria criou os mistérios luminosos, que meditam o cerne da mensagem de Cristo, seus ensinamentos, seu exemplo.

Assim, o terço é uma oração bíblica como os Salmos. Entretanto, é mais explícito, ao alcance de qualquer camada cultural. O Pai-nosso é a oração que Jesus nos ensinou. A Ave-Maria foi ensinada por Deus Pai por meio do anjo Gabriel e do Espírito Santo, através da boca de Isabel. Portanto, o Pai, o Filho e o Espírito Santo estão na origem das principais orações do terço. A Santíssima Trindade é o princípio de tudo. Quando rezamos a Ave-Maria, realizamos a antiga profecia do Magnificat: “todas as gerações me chamarão de bendita”. Bendita sois vós entre as mulheres.

O mais importante não é prestar atenção na repetição das palavras. Na verdade, elas são apenas uma cantilena suave a nos embalar no que realmente importa: contemplar e meditar os momentos mais importantes da vida de Jesus Cristo. Não rezamos para Maria, rezamos com Maria.

O terço nos coloca em comunhão com a Igreja em oração. Rezá-lo é fazer um exercício de solidariedade espiritual.

Se estivermos deprimidos ou mesmo com insônia, é bom experimentarmos rezar o terço. É um ótimo calmante e não é tóxico. Basta segurar as contas como quem segura na mão de Maria, de quem nos vem a certeza de que não estamos sozinhos. Jesus está perto de nós!

Crianças, jovens e idosos, sábios e simples, todos podem encontrar sentido na oração. O terço é uma forma de aprender a rezar. Seria bom se procurássemos, a cada dia, descobrir a sua atualidade e fazer dele uma de nossas orações prediletas.

Podemos, por meio do terço, rezar por nossos amigos, parentes e também por aqueles que não são tão amigos, mas necessitam de oração. Podemos também anexar às nossas preces um gesto de promoção humana.

Nos dias agitados de hoje, neste mundo em que a tecnologia cada vez mais se desenvolve, mas que o amor, a fraternidade, a tolerância cada vez mais são deixados de lado, o terço é uma fonte de paz. Vamos rezá-lo para contemplar os mistérios da nossa fé!

sábado, 2 de maio de 2015

Evangelho Dominical: Eu sou a videira e vós, os ramos

Eu sou a videira verdadeira e meu Pai é o agricultor. Todo ramo que não dá fruto em mim, ele corta; e todo ramo que dá fruto, ele limpa, para que dê mais fruto ainda. Vós já estais limpos por causa da palavra que vos falei. Permanecei em mim, e eu permanecerei em vós. Como o ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira, assim também vós não podereis dar fruto se não permanecerdes em mim. Eu sou a videira e vós, os ramos. Aquele que permanece em mim, como eu nele, esse dá muito fruto; pois sem mim, nada podeis fazer. Quem não permanecer em mim será lançado fora, como um ramo, e secará. Tais ramos são apanhados, lançados ao fogo e queimados. Se permanecerdes em mim, e minhas palavras permanecerem em vós, pedi o que quiserdes, e vos será dado. Nisto meu Pai é glorificado: que deis muito fruto e vos torneis meus discípulos. Jo 15,1-8


Somente a videira pode dar vida aos ramos

A liturgia da palavra deste domingo do tempo pascal nos convida a uma união profunda com o Senhor, a fim de produzirmos frutos. Os capítulos 13 e 14 e os capítulos 15 e 16 possuem de tal forma temas recorrentes, que os capítulos 15 e 16 parecem ser quase uma duplicata dos dois capítulos precedentes. Seja como for, para o leitor habitual do evangelho essas repetições servem para aprofundar temas importantes do quarto evangelho. O nosso texto de hoje é uma alegoria. A afirmação do v. 1 parece apresentar a possibilidade de haver uma “videira falsa”. No entanto, o evangelho não informa explicitamente ao leitor do que, propriamente, se trata e o que seria essa videira falsa. Jesus é o tronco ao qual os ramos, símbolo dos discípulos, estão ligados. Ligados à videira é que os ramos recebem a seiva que possibilita produzir bom fruto. Somente a videira pode dar vida aos ramos; somente Jesus pode dar verdadeira vida aos discípulos que nele produzem os frutos. Daí o apelo de Jesus para que os discípulos “permaneçam” nele. Nesses poucos versículos, o verbo “permanecer” aparece oito vezes. Com isso é apresentado o tema importante do trecho que estamos considerando: trata-se de aceitar se deixar in-habitar por Jesus e por sua palavra e viver a vida nele. A fecundidade de nossa vida depende de nossa união com o Senhor através da oração. É através desse encontro pessoal que o Senhor nos “poda”, nos purifica para que possamos produzir ainda mais frutos. Mas qual é o fruto esperado do discípulo que permanece unido a Cristo? Embora o trecho de hoje não nos diga explicitamente, podemos concluir a partir de outros textos que é o amor que deve ir além das palavras para se concretizar em obras e em verdade (cf. 1Jo 3,18). Santo Inácio de Loyola diz que “o amor se põe mais em gestos que em palavras”. O Filho está profundamente unido ao Pai, por isso ele faz o que ele vê o Pai fazer (cf. Jo 5,19-20). Nossa participação na ação de Jesus é a realização do amor: “permanecei no meu amor”, diz Jesus (Jo 15,9). Se o amor humano é portador de fecundidade, o amor divino o é muito mais. Ele produz obras boas, que iluminam e dão sentido a toda a existência humana.

Pe. Carlos Alberto Contieri - Paulinas / Pastoral da Comunicação da Paróquia de Sant'Ana - http://matrizdesantana.blogspot.com.br/