domingo, 30 de agosto de 2015

Diocese de Nazaré celebra abertura das comemorações alusivas ao seu centenário

Grandiosa caminhada e celebração da Santa Missa abrem oficialmente o triênio comemorativo do Centenário da Diocese de Nazaré

A Diocese de Nazaré celebrou neste domingo (30), na sede diocesana situada no município de Nazaré da Mata, Zona da Mata Norte de Pernambuco, a abertura do triênio comemorativo do seu centenário, com grandiosa caminhada e Missa presidida pelo Bispo Diocesano, Dom Frei Severino Batista de França - OFM Cap, e concelebrada pelo Bispo Emérito, Dom Jorge Tobias de Freitas, e demais sacerdotes presentes na celebração.


O evento, realizado na Praça Herculano Bandeira, reuniu, aproximadamente, oito mil fiéis, vindos das 39 paróquias mobilizadas para a ocasião festiva. O clero, religiosos, autoridades civis e fiéis diocesanos fizeram-se presentes na solenidade, que contou ainda com a presença/cobertura da Rede Vida de Televisão.

Segundo o Bispo Diocesano, o triênio comemorativo revigorará entre os fiéis o espírito missionário na vivência em comunidade.


“É encantador quando, em minhas visitas pastorais, enxergo os esforços dos nossos queridos diocesanos na missão de evangelizar. Uma preocupação em levar adiante o que Cristo nos ensinou: o anúncio da Boa Nova. O trabalho pastoral, a exemplo da Pastoral da Criança, nos mostra quanto é desafiador lutar pelas causas sociais e enxergar a necessidade do próximo. Precisamos crer na alegria que nos anuncia o Ressuscitado, para então abraçarmos o coração da Igreja: a missão. Crer em Jesus Cristo é viver e anunciar o Evangelho sem medo, para que, encorajados na fé, proclamemos que Jesus Cristo vive e reina”, frisou Dom Severino.


A Diocese de Nazaré, criada através da Bula Arquidiocesis Olidensis Recifensis, de 02 de agosto de 1918, celebrará 100 anos de vida e missão em 2018. Até lá, uma programação especial envolverá toda a Diocese num clima de muita fé e celebração.


Por Bruno Araújo - Pastoral da Comunicação – Diocese de Nazaré / Pastoral da Comunicação da Paróquia de Sant'Ana - http://matrizdesantana.blogspot.com.br/

sábado, 29 de agosto de 2015

Evangelho Dominical: A lei da pureza

Os fariseus e alguns escribas vindos de Jerusalém ajuntaram-se em torno de Jesus. Eles perceberam que alguns dos seus discípulos comiam com as mãos impuras – isto é, sem lavá-las. Ora, os fariseus e os judeus em geral, apegados à tradição dos antigos, não comem sem terem lavado as mãos até o cotovelo. Bem assim, chegando da praça, eles não comem nada sem a lavação ritual. E seguem ainda outros costumes que receberam por tradição: a maneira certa de lavar copos, jarras, vasilhas de metal, camas. Os fariseus e os escribas perguntaram a Jesus: “Por que os teus discípulos não seguem a tradição dos antigos, mas tomam a refeição com as mãos impuras?”. Ele disse: “O profeta Isaías bem profetizou a vosso respeito, hipócritas, como está escrito: ‘Este povo me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. É inútil o culto que me prestam, as doutrinas que ensinam não passam de preceitos humanos’. Vós abandonais o mandamento de Deus e vos apegais à tradição humana”. Chamando outra vez a multidão, dizia: “Escutai-me, vós todos, e compreendei! Nada que, de fora, entra na pessoa pode torná-la impura. O que sai da pessoa é que a torna impura. Pois é de dentro, do coração humano, que saem as más intenções: imoralidade sexual, roubos, homicídios, adultérios, ambições desmedidas, perversidades; fraude, devassidão, inveja, calúnia, orgulho e insensatez. Todas essas coisas saem de dentro, e são elas que tornam alguém impuro”. Mc 7,1-8.14-15.21-23

A oposição entre lábios e coração

A perícope de Mc 7,1-23 é a mais significativa, no segundo evangelho, no que concerne à prática da Lei. As várias explicações que Marcos dá a respeito da tradição dos judeus quanto à lei de pureza dão forte indício de que os seus destinatários são cristãos oriundos do mundo pagão. Os versículos que nos ocupam, no evangelho de hoje, são uma controvérsia com os fariseus e escribas sobre o puro e o impuro. No centro do texto está a oposição entre lábios e coração; oposição entre dizer e a adesão, de fato, ao mandamento de Deus. Essa contradição, considerada por Jesus como hipocrisia, faz com que, em nome da “tradição humana”, o manda- mento de Deus seja abandonado ou anulado. Na verdade, o texto da controvérsia do capítulo sétimo mostra em que consiste a religião autêntica. Segundo o Deuteronômio, a Lei é dom de Deus para a vida e a posse da terra prometida é um caminho de verdadeira felicidade. Efetivamente, o dom da Lei visa preservar o dom da vida e o dom da liberdade. Na conclusão da controvérsia sobre o puro e o impuro, Jesus dá um princípio para que os discípulos compreendam que o mal, o qual distorce e rompe a harmonia da criação, desfigura o ser humano e o distancia de Deus, se encontra enigmaticamente no coração do próprio homem. Se o Levítico ordena separar o puro do impuro (cf. Lv 10,10; 20,24b-25), Jesus parece abolir esta lei, observando que se trata de tradição humana (cf. Mc 7,7.8.9). É com o coração, e não com as mãos, que os discípulos devem se preocupar. O que importa é a pureza do coração. O coração e os rins são para a Escritura a sede do saber e do discernimento, a fonte de uma vida em conformidade ou não com a vontade de Deus. É a pureza do coração, e não simples práticas externas, que revela o grau de engajamento da pessoa em relação ao Reino de Deus. A pureza do coração implica não permitir que o mal que existe no ser humano se exteriorize. Considerar o mal como algo exterior a si é, no mínimo, um modo de exprimir a incompreensão acerca da realidade do próprio mal e de não assumir a responsabilidade ante as consequências da inclinação enigmática e perversa do coração do ser humano. O que Jesus exige é uma religião centrada na pureza do coração.

Pe. Carlos Alberto Contieri - Paulinas / Pastoral da Comunicação da Paróquia de Sant'Ana - http://matrizdesantana.blogspot.com.br/

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Diocese de Nazaré dará ‘pontapé inicial’ nas comemorações ao seu centenário no próximo domingo (30), em Nazaré da Mata - PE

Tríduo anual preparará os fiéis para a grandiosa culminância do Centenário Diocesano, em 2018

A Diocese de Nazaré, criada através da Bula Arquidiocesis Olidensis Recifensis, de 02 de agosto de 1918, celebrará no próximo domingo (30), a partir das 15h, a abertura festiva das comemorações ao seu centenário, com grandioso arrastão saindo da Igreja de Santa Terezinha, no Bairro do Juá, rumo à praça da catedral, onde acontecerá a Santa Missa.

Foto: André Santiago

Segundo o Bispo Diocesano Dom Frei Severino Batista de França - OFM Cap, a expectativa para o evento é de receber um expressivo número de fiéis, representando todas as paróquias que compõem os quatro setores diocesanos: Timbaúba, Carpina, Limoeiro e Surubim. “Você, membro da sua paróquia, dos movimentos pastorais, das comunidades, enfim, são todos convidados a participar da abertura das comemorações ao centenário da nossa diocese”, destacou.

Em entrevista concedida ao canal da Pastoral da Comunicação da Paróquia de São José (Carpina-PE) no YouTube, Dom Severino adiantou que o tríduo anual refletirá subsídios relacionados à proposta diocesana de evangelização, dentro de uma perspectiva totalmente missionária. “Muitos acontecimentos estão previstos para os três anos de preparação para o centenário diocesano, em 2018. Uma delas será a visita da imagem peregrina de Nossa Senhora da Conceição, padroeira diocesana, às paróquias abrangidas pela Diocese. São vários momentos fortes que vivenciaremos até 2018, ano do centenário”, completou.

Em Bom Jardim, haverá transporte para os paroquianos a partir das 12h30, no pátio da Igreja Matriz de Sant’Ana.

Por Bruno Araújo / Pastoral da Comunicação da Paróquia de Sant’Ana – http://matrizdesantana.blogspot.com.br/

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Papa explica a importância da oração na família

Depois de refletir sobre a festa e o trabalho na família, Papa falou da necessidade de oração; o Evangelho lido em família é pão que alimenta, disse

Na 100ª catequese de seu pontificado, nesta quarta-feira, 26, o Papa Francisco seguiu refletindo sobre a família, desta vez dedicando-se ao tempo da oração no ambiente familiar.

O Papa explicou que a falta de tempo é uma das mais frequentes justificativas utilizadas pelos cristãos para os poucos momentos de oração. De fato, Francisco admitiu que quem tem uma família aprende a colocar dentro das 24 horas do dia o dobro disso. “Há pais e mães que merecem o Prêmio Nobel por isso! O segredo está no carinho que têm por seus queridos”.

Francisco convidou os fiéis a refletirem sobre o amor que sentem por Deus, pois isso tem relação com o tempo dedicado à oração. “Quando o afeto por Deus não acende o fogo, o espírito da oração não aquece o tempo; mas se o coração for habitado por Deus, até um pensamento sem palavras ou um beijo mandado por uma criança a Jesus se transformam em oração”.

Como exemplo, o Papa citou a beleza contida na atitude das mães que ensinam seus filhos pequenos a mandarem um beijo para Jesus ou para Nossa Senhora. Esse é o espírito da oração, disse, que leva a encontrar a paz nas coisas necessárias, tendo em vista uma vida onde sempre falta tempo.

O Papa indicou como um bom guia sobre discernimento entre trabalho e oração a história de Marta e Maria, narrada no Evangelho do dia. Elas aprenderam com Deus a harmonia dos ritmos familiares: a beleza da festa, a serenidade do trabalho e o espírito de oração.

“A oração surge da escuta de Jesus, da leitura do Evangelho. Não se esqueçam, todos os dias leiam um trecho do Evangelho. A oração surge da intimidade com a Palavra de Deus. Há essa intimidade na nossa família? Temos em casa o Evangelho? (…) o Evangelho lido e meditado em família é como um pão bom que alimenta o coração de todos”.

O ciclo de catequeses sobre a família começou em 10 de dezembro do ano passado. As reflexões se inserem no contexto do Sínodo da Família, que teve sua primeira assembleia em 2014 e deve ser concluído com a assembleia geral ordinária a ser realizada no próximo mês de outubro, de 4 a 25, no Vaticano.

Canção Nova Notícias com informações do Vaticano / Pastoral da Comunicação da Paróquia de Sant'Ana - http://matrizdesantana.blogspot.com.br/

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Como podemos nos proteger dos ataques do inimigo?

Necessário é lutarmos contra tudo aquilo que nos afasta do amor de Deus

Certa manhã, uma criança se aproximou de seu avô e lhe perguntou: “Vovô, dentro do meu coração mora um lobo e uma ovelha. Qual dos dois vai crescer? E seu avô respondeu: !Vai crescer aquele que você alimentar”.


Dentro de nós residem também um lobo e uma ovelha. O lobo se alimenta de nossos pecados e a ovelha da nossa santidade. No entanto, todos os dias, somos influenciados pelas forças do mal que tentam nos afastar do amor de Deus. O inimigo é perspicaz e age silenciosamente nas fontes do sentimento: o coração. Nesse silêncio, o inimigo busca alimentar nosso lobo interior, levando-nos a dizer ‘sim’ ao pecado. O pecado alimenta o mal em nós. Contudo, sempre teremos a liberdade de dizer ‘sim’ ou ‘não’ diante de um ataque do inimigo. As Sagradas Escrituras nos orientam para vencermos as guerras do terrorismo espiritual que o inimigo tenta implantar em nossa alma.

Necessário é lutarmos contra tudo aquilo que nos afasta do amor de Deus: “Façam morrer aquilo que em vocês pertence à terra: fornicação, impureza, paixão, desejos maus e a cobiça de possuir, que é uma idolatria” (Cl 3,5).

É preciso abandonar sentimentos, palavras e ações que desfiguram nossa identidade divina: “Agora, porém, abandonem tudo isso: ira, raiva, maldade, maledicência e palavras obscenas, que saem da boca de vocês. Não mintam uns aos outros” (Cl 3,8).

A busca pela santidade nos capacita a alimentar nosso coração com o amor aos irmãos: “Como escolhidos de Deus, santos e amados, vistam-se de sentimentos de compaixão, bondade, humildade, mansidão, paciência. Suportem-se uns aos outros e se perdoem mutuamente, sempre que tiverem queixa contra alguém. Cada um perdoe o outro, do mesmo modo que o Senhor perdoou vocês. E acima de tudo, vistam-se com o amor, que é o laço da perfeição” (Cl 3,12-14).

A busca pelas coisas do alto nos faz caminhar com o coração em Deus e os olhar de misericórdia para com os irmãos e irmãs: “A sabedoria que vem do alto é, antes de tudo, pura, pacífica, humilde, compreensiva, cheia de misericórdia e bons frutos, sem discriminações e sem hipocrisia” (Tg 3,17).

Silenciar diante de um ataque é o caminho para não alimentar a maldade no coração de quem busca criar guerras e divisões: “Sem lenha, o fogo se apaga; sem difamador acaba-se a briga” (Pr 26,20).

O caminho da vitória pela paz é reconciliar-se com seus sentimentos: “De onde surgem os conflitos e competições que existem entre vocês? Não vêm exatamente dos prazeres que guerreiam nos seus membros? Vocês cobiçam, e não possuem; então matam. Vocês têm inveja, e não conseguem nada; então lutam e fazem guerra. Vocês não recebem, porque não pedem; e vocês pedem, mas não recebem, porque pedem mal, com intenção de gastarem em seus prazeres” (Tg 4,1-3).

Tudo aquilo que diminui o outro em sua dignidade é um prato cheio de maldade para o lobo engordar a maldade que busca saciar-se com o desrespeito ao próximo: “Irmãos, não fiquem criticando uns aos outros! ” (Tg 4,11).

Para vencer um ataque é necessário cultivar uma vida de oração alicerçada na Palavra de Deus. Nossa alma se alimenta daquilo que a ela oferecemos.

Padre Flávio Sobreiro - Canção Nova / Pastoral da Comunicação da Paróquia de Sant'Ana - http://matrizdesantana.blogspot.com.br/

sábado, 22 de agosto de 2015

A quem iremos, Senhor?

Muitos discípulos que o ouviram disseram então: “Esta palavra é dura. Quem consegue escutá-la?”. Percebendo que seus discípulos estavam murmurando por causa disso, Jesus perguntou: “Isso vos escandaliza? Que será, então, quando virdes o Filho do Homem subir para onde estava antes? O Espírito é que dá a vida. A carne para nada serve. As palavras que vos falei são Espírito e são vida. Mas há alguns entre vós que não creem”. Jesus sabia desde o início quem eram os que acreditavam e quem havia de entregá-lo. E acrescentou: “É por isso que eu vos disse: ‘Ninguém pode vir a mim, a não ser que lhe seja concedido pelo Pai’”. A partir daquele momento, muitos discípulos o abandonaram e não mais andavam com ele. Jesus disse aos Doze: “Vós também quereis ir embora?”. Simão Pedro respondeu: “A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna. Nós cremos firmemente e reconhecemos que tu és o Santo de Deus”. Jo 6,60-69

O seguimento de Jesus só podem ser vividos na liberdade

Imediatamente depois da conquista da terra prometida, Josué reúne as doze tribos de Israel em Siquém e exige do povo uma decisão fundamental: servir o Deus único e verdadeiro ou servir outros deuses, os deuses dos habitantes de Canaã. O povo responde unânime que quer servir ao Senhor, reconhecendo que foi Deus quem o salvou, fazendo-o sair do país da servidão para conduzi-lo, através do deserto, à terra prometida. No evangelho, terminado o ensinamento na sinagoga de Cafarnaum, Jesus é surpreendido pela reação de certo número de discípulos que não aceitaram o seu discurso sobre o pão da vida. Para eles o ensinamento de Jesus é duro demais e eles têm dificuldade em compreendê-lo. Observemos que a dificuldade em crer em Jesus e compreender seus ensinamentos não é somente dos judeus; como vemos no relato de hoje, ela invade a mente e o coração dos discípulos. Em que consiste propriamente a dureza do ensinamento de Jesus? Há uma dupla resposta à pergunta: em primeiro lugar, porque é difícil compreender o sentido das palavras de Jesus. Para compreendê-la é preciso a conversão da própria mentalidade e se abrir para a verdade de Deus revelada em Jesus Cristo. Em segundo lugar, o ensinamento é considerado duro pelos discípulos porque exige fé, uma adesão incondicional à pessoa de Jesus; exige a abertura a um novo tempo oferecido por Deus à humanidade. O amor incomensurável de Jesus (cf. Jo 13,1) se manifesta no discurso do pão da vida e exige uma resposta que corresponda a esse grande amor. A abertura à ação do Espírito permite compreender e experimentar que as palavras de Jesus fazem sentido e, qual um sopro, fazem viver plenamente. A liberdade é dom de Deus. Por isso, Jesus abre para os discípulos a possibilidade de irem embora, o que muitos fizeram. Jesus dá aos Doze a liberdade de também partirem. Mas será para Pedro ocasião de fazer uma belíssima profissão de fé: “A quem iremos, Senhor? (...) Tu tens palavras de vida eterna” . A fé e, consequentemente, o seguimento de Jesus só podem ser vividos na liberdade.

Pe. Carlos Alberto Contieri - Paulinas / Pastoral da Comunicação da Paróquia de Sant'Ana - http://matrizdesantana.blogspot.com.br/

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

A missão do catequista

Quando se fala em catequese, muitos pensam naquela que prepara as crianças para a Primeira Eucaristia ou a Crisma. Engana-se quem acha que catequese é o mesmo que “dar catecismo”, pois ela faz parte da ação evangelizadora da Igreja que envolve aqueles que aderem a Jesus Cristo. Catequese é o ensinamento essencial da fé, não apenas da doutrina, como também da vida, levando a uma consciente e ativa participação do mistério litúrgico e irradiando uma ação apostólica.


Segundo o documento de Puebla e a afirmação dos Bispos do Brasil, a catequese é um processo de educação da fé em comunidade, é dinâmica, é sistemática e permanente.

O Papa João Paulo II disse: “A catequese é uma educação da fé das crianças, dos jovens e dos adultos, a qual compreende especialmente um ensino da doutrina cristã, dado em geral de maneira orgânica e sistemática, com fim de iniciá-los na plenitude da vida cristã” (CT). Segundo o Novo Catecismo da Igreja Católica (1992), “no centro da catequese encontramos essencialmente uma Pessoa, a de Jesus Cristo de Nazaré, Filho único do Pai…”.

A finalidade definitiva da catequese é levar à comunhão com Jesus Cristo: só Ele pode conduzir ao amor do Pai no Espírito e fazer-nos participar da vida da Santíssima Trindade. Todo catequista deveria poder aplicar a si mesmo a misteriosa palavra de Jesus: ‘Minha doutrina não é minha, mas daquele que me enviou’ (Jo 7,16)” (NCIC, 426-427).

Em sua origem, o termo “CATEQUESE” diz respeito à proclamação da Palavra. O termo se liga a um verbo que significa “Fazer”, “Ecoar” (gr. Kat-ekhéo). Assim, a ela tem por objetivo último fazer escutar e repercutir a Palavra de Deus. A catequese faz parte da ação evangelizadora da Igreja que envolve aqueles que aderem a Jesus Cristo. Catequese é o ensinamento essencial da fé, não apenas da doutrina como também da vida, levando a uma consciente e ativa participação do mistério litúrgico e irradiando uma ação apostólica.

Todo cristão que aceita Cristo por inteiro é o verdadeiro balizado; ele é responsável em anunciar a Palavra de Deus, a começar por si próprio e pela família. Para tanto, tem uma maturidade cristã de fé e de amor ao próximo e à Igreja.

A missão do catequista mais do que passar as regras, a doutrina, é promover entre a Pessoa de Jesus e o catequizando um encontro pessoal. A verdadeira catequese promove um encontro com Jesus.

Oração do Catequista: Concedei-me, Senhor, o dom da sabedoria que provém do vosso Santo Espírito. Daí-me o entendimento de vossa verdade para que eu possa vivê-la e comunicá-la a tantas pessoas que desejam conhecê-la. Iluminai-me com a luz da verdadeira fé para que eu possa transmiti-la aos corações sedentos de autenticidade.

Jesus, Mestre Divino, que formastes os apóstolos segundo os princípios do vosso Evangelho, conduzi-me sempre pelos caminhos de vossa verdadeira ciência.

Ajudai-me, Senhor, a assumir o compromisso de minha missão de catequista e fazei que eu me torne capaz de orientar muitos outros no caminho da verdadeira felicidade.

Que eu me deixe envolver profundamente pelo amor do Pai e possa comunicar esse amor aos meus irmãos e irmãs. Amém.

Canção Nova Formação / Pastoral da Comunicação da Paróquia de Sant'Ana - http://matrizdesantana.blogspot.com.br/

terça-feira, 18 de agosto de 2015

Como escolher padrinhos de batismo para os meus filhos?

A escolha dos padrinhos vai além do fato de ser amigo, parente ou rico

“O santo batismo é o fundamento de toda a vida cristã, o pórtico da vida no Espírito e a porta que abre o acesso aos demais sacramentos. Pelo batismo somos libertados do pecado e regenerados como filhos de Deus, tornamos-nos membros de Cristo, e somos incorporados à Igreja e feitos participantes da sua missão: o batismo é o sacramento da regeneração pela água na Palavra” (CIC § 1213).

Veja o quanto é importante esse sacramento! O batismo torna a pessoa filha de Deus e ela passa a fazer parte da família de Jesus, que é a Igreja. O batizado se torna um membro ativo, uma testemunha que vive a missão de anunciar Cristo aos povos. Por isso, aqueles que serão escolhidos para acompanhar os batizados precisam ter algumas características importantes. Não basta ser alguém conhecido, amigo, parente, rico ou “uma pessoa boa que faz parte da minha história”, pode até trazer as caraterísticas citadas, mas vejamos o que o Código de Direito Canônico diz:

Cân. 872 – Ao batizando, enquanto possível, seja dado um padrinho, a quem cabe acompanhar o batizando adulto na iniciação cristã e, junto com os pais, apresentar ao batismo o batizando criança. Cabe também a ele ajudar que o batizado leve uma vida de acordo com o batismo e cumpra com fidelidade as obrigações inerentes.

Cân. 873 – Admite-se apenas um padrinho ou uma madrinha, ou também um padrinho e uma madrinha.

Cân. 874 – Para que alguém seja admitido para assumir o encargo de padrinho, é necessário que:

1º seja designado pelo próprio batizando, por seus pais ou por quem lhes faz as vezes, ou, na falta deles, pelo próprio pároco ou ministro, e tenha aptidão e intenção de cumprir esse encargo;
2º tenha completado dezesseis anos de idade, a não ser que outra idade tenha sido determinada pelo bispo diocesano ou pareça ao pároco ou ministro que se deva admitir uma exceção por justa causa;
3º seja católico, confirmado (seja crismado), já tenha recebido o sacramento da Eucaristia e leve uma vida de acordo com a fé e o encargo que vai assumir;
4º não se encontre atingido por nenhuma pena canônica legitimamente irrogada ou declarada;
5º não seja pai nem mãe do batizando;
6º quem é batizado e pertence a uma comunidade eclesial não-católica só seja admitido junto com o padrinho católico, e apenas como testemunha do batismo;

O sacramento do batismo é tão importante, por isso o cuidado com aquele que vai apadrinhar o batizando. Costuma-se dizer que o padrinho ou a madrinha faz as vezes do pai ou da mãe. O que o pai e a mãe fazem ou deveriam fazer? Educar o filho na fé católica, no bons costumes, nos bons valores, deve educar para a responsabilidade e para a vida. O padrinho deve acompanhar o seu afilhado com a presença, com o bom testemunho de cristão, fazer as vezes dos pais ou auxiliar os pais em suas faltas.

Como é sério ser padrinho ou madrinha, não é verdade? Conforme o ensinamento da Igreja, a pessoa precisa viver o batismo, ou seja, ser católica, ser crismada e ter uma vida de comunhão eucarística. Uma pessoa assim está, provavelmente, inserida na vida da igreja paroquial, vai à Missa aos domingos, busca confissão periódica, é uma pessoa que busca, a todo custo, a santidade. Essa pessoa é santa? Não! Mas se percebe nela a sede de ser santa.

domingo, 16 de agosto de 2015

A Assunção de Nossa Senhora aos Céus

Na solenidade da Assunção de Nossa Senhora, em corpo e alma, celebramos a entrada da Mãe do Senhor na glória do Paraíso Celeste. A Assunção de Maria aos Céus mostra-nos o nosso destino como filhos adotivos de Deus e membros do Corpo de Cristo, que é a Igreja: “como Maria, nossa Mãe, somos chamados a participar plenamente na vitória do Senhor sobre o pecado e a morte e a reinar com Ele no seu Reino eterno”. Por sua participação na vitória de seu Filho sobre o pecado e a morte, na obra da Redenção do gênero humano, a Virgem Maria alcançou um lugar singular na glória dos Céus.


Desde que Jesus Cristo completou a obra da Salvação do gênero humano com sua morte e ressurreição, os anjos O esperavam ansiosamente no Céu. Por isso, em suas preces repetiam incessantemente as palavra do Rei Davi: “Levantai-vos, Senhor, para o vosso descanso, vós e a arca da vossa santificação”. Vós que remistes os homens, vinde habitar conosco em Vosso Reino: “conduzi também conosco a arca viva da vossa santificação, isto é, vossa Mãe, a qual santificastes habitando em seu seio”.

Depois de entrar em Seu Reino, quis o Senhor atender o desejo dos Anjos, chamando a Virgem Maria à felicidade eterna no Paraíso. Na Antiga Aliança, Deus ordenou que a arca do Testamento fosse entronizada com grande pompa em Jerusalém: “Davi e toda a casa de Israel conduziram a arca com júbilo e ao som das trombetas”. Com pompa ainda mais nobre e gloriosa, o Senhor pediu que sua Mãe, a Arca da Nova Aliança, entrasse no Reino dos Céus.

Jesus Cristo é o Novo Adão e os Santos Padres, desde o século II afirmam uma especial união de Maria, a Nova Eva, com o Senhor na luta contra o diabo. Desde a Anunciação do Anjo de que ela seria a Mãe do Verbo encarnado, no início da vida pública de Jesus, passando pela morte e ressurreição de seu Filho, até a vinda do Espírito Santo no Pentecostes, Maria esteve presente. Esta “especial participação de Maria na vitória de Cristo não poderia considerar-se completa sem a glorificação corporal de Maria”.

A glória de Maria é, sem comparação, maior que a dos anjos. Para compreender esta realidade, basta recordar as palavras do Salmista: “A rainha foi colocada à sua direita”. As obras de Maria ultrapassam incomparavelmente em mérito as de todos os santos. Por isso, ninguém pode compreender a recompensa e a glória merecidas por Maria. “É então indiscutível, […] que a Virgem por exceder em mérito todos os anjos e homens, deve ter sido exaltada acima de todas as ordens celestiais. […] sua glória celestial é única no seu gênero; para avaliá-la é mister não olvidar as graças singulares que recebeu na terra”.

Assim, a Virgem Maria foi assumida de corpo e alma na glórias dos Céus, mas continua a exercer sua maternidade espiritual sobre todos os homens. Por isso, Maria é Mãe da Igreja, é “nossa Mãe, na ordem da graça. […] Esta maternidade de Maria na economia da graça perdura sem interrupção, desde o consentimento, que fielmente deu na anunciação e que manteve inabalável junto da Cruz, até à consumação perpétua de todos os eleitos. De fato, depois de elevada ao céu, não abandonou esta missão salvadora, mas, com a sua multiforme intercessão, continua a alcançar-nos os dons da salvação eterna […] Por isso, a Virgem é invocada na Igreja com os títulos de advogada, auxiliadora, socorro e medianeira”. Nossa Senhora da Assunção, rogai por nós!

Canção Nova / Pastoral da Comunicação da Paróquia de Sant'Ana - http://matrizdesantana.blogspot.com.br/

sábado, 15 de agosto de 2015

Evangelho Dominical: Maria e Isabel

Naqueles dias, Maria partiu apressadamente para a região montanhosa, dirigindo-se a uma cidade de Judá. Ela entrou na casa de Zacarias e saudou Isabel. Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança pulou de alegria em seu ventre, e Isabel ficou repleta do Espírito Santo. Com voz forte, ela exclamou: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre! Como mereço que a mãe do meu Senhor venha me visitar? Logo que a tua saudação ressoou nos meus ouvidos, o menino pulou de alegria no meu ventre. Feliz aquela que acreditou, pois o que lhe foi dito da parte do Senhor será cumprido!”. Maria então disse: “A minha alma engrandece o Senhor, e meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, porque ele olhou para a humildade de sua serva. Todas as gerações, de agora em diante, me chamarão feliz, porque o Poderoso fez para mim coisas grandiosas. O seu nome é santo, e sua misericórdia se estende de geração em geração sobre aqueles que o temem. Ele mostrou a força de seu braço: dispersou os que tem planos orgulhosos no coração. Derrubou os poderosos de seus tronos e exaltou os humildes. Encheu de bens os famintos, e mandou embora os ricos de mãos vazias. Acolheu Israel, seu servo, lembrando-se de sua misericórdia, conforme prometera a nossos pais, em favor de Abraão e de sua descendência, para sempre”. Maria ficou três meses com Isabel. Depois, voltou para sua casa. Lc 1,39-56

Assunção de Nossa Senhora

O dogma da Assunção de Nossa Senhora foi proclamado pelo Papa Pio XII, em 1950. O texto da proclamação dogmática não afirma que ela foi elevada ao céu, mas à “Glória celeste”. Não se afirma, portanto, um deslocamento espacial nem uma nova localização, mas a transfiguração do seu corpo e a passagem de sua condição terrestre à condição gloriosa da totalidade de sua pessoa, isto é, corpo e alma. A solenidade da assunção da Mãe de Deus é, em primeiro lugar, a festa da vitória de Deus e de Cristo sobre o mal e a morte (cf. 1Cor 15,21-22). Na ressurreição de Jesus Cristo, o inimigo da natureza humana foi vencido. É essa vitória que celebramos cada domingo. A festa da Assunção de Nossa Senhora é uma verdadeira Páscoa, uma vez que é a participação da nossa humanidade na Páscoa de Jesus Cristo. Todo o livro do Apocalipse pode ser considerado uma visão, no sentido de revelação de Deus. A finalidade do livro é encorajar o povo de Deus no seu testemunho de Cristo e permanecer firme na observância da palavra de Jesus Cristo. O tema da visão do trecho de hoje é “um grande sinal no céu”. Todo sinal precisa ser interpretado e bem compreendido. A mulher ornada que aparece no céu é a Igreja triunfante, vitoriosa (coroa de doze estrelas), na eternidade (lua debaixo dos pés), sobre a qual o mal não tem mais poder, pois ela é revestida da Glória do Ressuscitado (vestida de sol). Ela está pronta para dar à luz. A Igreja, fiel ao seu Senhor, gera, pela fé, novos filhos. Ela é ameaçada por causa do filho que ela gera, mas é protegida por Deus e conduzida ao deserto. Todo o nosso trecho é uma evocação do êxodo. A finalidade é levar a Igreja peregrina a contemplar a realidade da Igreja triunfante a fim de ser sustentada no seu testemunho e na sua fidelidade ao Deus verdadeiro. A festa da Assunção de Nossa Senhora é a participação da nossa humanidade na vitória de Cristo. Na Assunção de Nossa Senhora, Deus revela a dignidade do ser humano. O ser humano não pode ser prisioneiro do mal nem nossa vida terrestre pode ser desprezada, como se vivêssemos num desterro ou num vale de lágrimas. A vida do ser humano interessa a Deus. A elevação de Maria à Glória celeste faz com que olhemos para a nossa humanidade, a fim de que não a deixemos corromper pelo mal que desfigura o ser humano criado à imagem e semelhança de Deus.

Pe. Carlos Alberto Contieri - Paulinas / Pastoral da Comunicação da Paróquia de Sant'Ana - http://matrizdesantana.blogspot.com.br/

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Família, muito mais que um conjunto de pessoas

A família é muito mais do que um simples grupo de pessoas, unidas de qualquer jeito, e vivendo juntas na mesma casa. É muito mais do que isso, ela é a “célula mãe” da humanidade. Quando Deus quis que a humanidade existisse, a projetou baseada na família; por isso ela é sagrada. Não foi um Papa, um Bispo ou um Cardeal que a instituiu, mas o próprio Deus, para que ela fosse o berço e o escudo de proteção da vida humana na terra.


Marcada pelo sinete divino, a família, em todos os povos, atravessou os tempos e chegou até nós no século XXI. Só uma instituição de Deus tem esta força. Ninguém jamais destruirá a força da família por ser ela uma instituição divina. Para vislumbrar bem a sua importância basta lembrar que o Filho de Deus, quando desceu do céu para salvar o homem, ao assumir a natureza humana, quis nascer numa família.

O Papa João Paulo II, na “Carta às Famílias”, chamou a família de “Santuário da vida” (CF, 11). Santuário quer dizer “lugar sagrado”. É ali que a vida humana surge como de uma nascente sagrada e é cultivada e formada. É missão sagrada da família guardar, revelar e comunicar ao mundo o amor e a vida.

Na visão bíblica, homem e mulher são chamados a – juntos – continuar a ação criadora de Deus e a construção mútua de ambos, gerando os seus filhos amados.

Este é o desígnio de Deus para o homem e para a mulher: juntos, em família: “crescer”, “multiplicar”, “encher a terra”, “submetê-la”. Vemos aí também a dignidade, baseada no amor mútuo, a qual leva o homem e a mulher a deixar a própria casa paterna, para se dedicarem um ao outro totalmente. Este amor é tão profundo, que dos dois faz um só, “uma só carne”, para que possam juntos realizar um grande projeto comum: a família.

Daí podemos ver que sem o matrimônio forte e santo, não é possível termos uma família forte, segundo o desejo do coração de Deus. Isso nos faz entender também que a celebração do sacramento do matrimônio é a garantia da presença de Jesus na família que ali começa, como nas Bodas de Caná.

Como é doloroso perceber hoje que muitos jovens, nascidos em famílias católicas, já não valorizam mais esse sacramento e acham, por ignorância religiosa, que já não é importante subir ao altar para começar uma família!

Ao falar da família no plano de Deus, o Catecismo da Igreja Católica (CIC) diz que ela é “vestígio e imagem da comunhão do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Sua atividade procriadora e educadora é o reflexo da obra criadora do Pai” (CIC §2205).

Essas palavras indicam que a família é, na terra, a marca (“vestígio e imagem”) do próprio Deus, que, através dela continua a sua obra criadora. É muito mais que um mero grupo de pessoas.

O futuro da sociedade e da Igreja passam inexoravelmente por ela. É ali que os filhos e os pais devem ser felizes. Quem não experimentou o amor no seio do lar, terá dificuldade para conhecê-lo fora dele. Os psicólogos mostram quantos problemas surgem com as pessoas que não experimentaram o amor do pai, da mãe e dos irmãos.

A família é a comunidade na qual, desde a infância, se podem assimilar os valores morais, em que se pode começar a honrar a Deus e a usar corretamente da liberdade. A vida em família é iniciação para a vida em sociedade” (CIC §2207). Ela é a “íntima comunidade de vida e de amor” (GS, 48).

Toda essa reflexão nos leva a concluir que cada homem e cada mulher que deixam o pai e a mãe para se unir em matrimônio e constituir uma nova família, não podem fazer isso levianamente, mas devem fazê-lo somente por um autêntico amor, que não é uma entrega passageira, mas uma doação definitiva, absoluta, total, fiel, madura, responsável, até a morte… Se destruirmos a família, destruiremos a sociedade. Por isso, é fácil perceber, cada vez mais claramente, que os sofrimentos das crianças, dos jovens, dos adultos e dos velhos, têm a sua razão na destruição dos lares.

Cabe aqui uma pergunta: Como será possível, num contexto de grande imoralidade de hoje, insegurança, ausência de pai ou mãe, garantir aos filhos as bases de uma personalidade firme e equilibrada, e uma vida digna, com esperança?

Fruto da permissividade moral e do relativismo religioso de nosso tempo, é enorme a porcentagem de famílias destruídas e de pseudofamílias, gerando toda sorte de sofrimentos para os filhos. Muitos crescem sem o calor amoroso do pai e da mãe, carregando consigo essa carência afetiva que se desdobra em tantos problemas e frustrações.

Podemos resumir toda a grandeza, importância e beleza da família, nas palavras do saudoso Papa João Paulo II, na Encíclica Evangelium Vitae: “No seio do ‘povo da vida e pela vida’, resulta decisiva a responsabilidade da família: é uma responsabilidade que brota da própria natureza dela – uma comunidade de vida e de amor, fundada sobre o matrimônio – e da sua missão que é ‘guardar, revelar e comunicar o amor’” ( FC,17).

Muito mais do que um simples grupo de pessoas, unidas de qualquer forma e vivendo juntas, a família, o berço da humanidade segundo o desejo de Deus; é o fruto da união de um homem e de uma mulher, unidos pelo matrimônio e pelo amor para sempre, vivendo a fidelidade, indissolubilidade e gerando os filhos de Deus.

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Família, lugar dos valores do Reino de Deus

Quando um casal forma uma família, nasce um novo espaço sagrado no mundo, um lugar reservado por Deus para que os valores do Reino sejam implantados e vividos. Nesta perspectiva, o lar cristão precisa se tornar o próprio Reino de Deus, local de Sua santa morada. Mas isto só é possível com a colaboração dos próprios cônjuges, que têm a missão de implantar este reino de amor, paz e justiça.


O reino do amor começa com o próprio relacionamento do casal, que deve ser construído a cada dia através de gestos de acolhida, carinho, proteção, afeto mútuo, compreensão. Também uma dose de emoção e sentimentos que terão que se renovar no dia a dia, recheado de palavras que elevam a outra pessoa e revelam o que ela tem de mais precioso. Infelizmente, em alguns lares não vemos casais apaixonados e se apaixonando pela aventura de viver juntos, acabam esfriando a paixão do namoro, deixando de lado o prazer sexual como fonte de alegria, relegando isto a busca de prazer às custas do outro. O sexo sem amor é alienante, pois “leva” a pessoa à categoria de “animal”, que quer prazer a todo custo. O componente do amor, enquanto vivência de carinho e de afeto demonstrados, faz a diferença na vida conjugal. O Reino de Deus é repleto de amor, deste amor que se dá mais do que se recebe. Que é mais doação de vida, sacrifício pelo outro do que busca de se preencher pessoalmente. O Reino de Deus acontece quando promovemos o amor e fazemos dele o centro de nossas vidas.

O Reino também é de paz, e esta paz só acontece a partir da presença do Príncipe da Paz, que é Jesus Cristo. Toda família precisa ter como fonte de paz, a pessoa de Jesus. E isto acontece a partir da participação dos membros da família na Igreja: a vivência sacramental. Se fizéssemos uma enquete sobre o assunto, certamente iríamos descobrir que famílias que participam da Santa Missa todo domingo, por exemplo, conseguem conservar a paz e banir a discórdia, as divisões internas, brigas, no interior de seus lares. Não há paz longe de Jesus Cristo, Ele é o Shalom de Deus, paz completa, paz duradoura. Este valor do Reino não se consegue implantar com as próprias forças, mas é fruto da presença de Jesus. Somos cooperadores desta graça, nos expondo e nos colocando na presença de Cristo através da Igreja.

Outro valor do Reino a ser implantado na família é a justiça. Não a justiça de quem pensa em fazer o que é correto perante a lei tão somente. Isto é até fácil, mas a justiça do Reino de Deus é tirar de si e dar ao outro. Tudo que temos e que não estamos utilizando não nos pertence, portanto não é nosso, mas de outro que está precisando. Não podemos reter para nós o que não necessitamos para ter uma vida digna, sabendo que outra pessoa não tem esta mesma vida digna porque não partilhamos com ele o que nos sobra. O Reino de Justiça é o Reino da solidariedade, da partilha, da caridade expressa em ajuda mútua. É bem fácil achar-se justo dentro da nossa individualidade e a partir do egocentrismo que é tão presente na atual sociedade. Na família cristã deve-se viver a fraternidade, para que o mundo seja melhor  a partir de cada um de nós.

Tudo isto começa na família, a partir dos conceitos cristãos que precisamos absorver , ensinar os nossos filhos a viverem: o amor, a participação sacramental em busca da paz e a justiça. É esta a  nossa missão: implantar o Reino de Deus a partir da formação moral de homens e mulheres, para se tornarem novos para um mundo novo, o que só é possível no ambiente familiar. Deus abençoe você e sua família!

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segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Igreja no Brasil promove a Semana Nacional da Família

De 9 a 15 de agosto, a Igreja no Brasil promove a Semana Nacional da Família, cujo tema é “o amor é a nossa missão: a família plenamente viva”

De 9 a 15 de agosto, a Igreja no Brasil promove em todo o território, a “Semana Nacional da Família”, e tem como tema “O amor é a nossa missão: a família plenamente viva”. O evento está em plena sintonia com o Encontro Mundial das Famílias, que se realizará no dia 27 de setembro, na Filadélfia (EUA), contando com a presença do Papa Francisco.

A Semana Nacional da Família é promovida pela Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e pela Comissão Nacional da Pastoral Familiar (CNPF).

A Semana acontece desde 1992, sempre na segunda semana de agosto, mês dedicado às Vocações, tendo início com o “Dia dos Pais” e o seu encerramento no domingo, dia em que a Igreja no país dedica à Vocação matrimonial.

Para o assessor da CNPF, padre Moacir Silva Arantes, esta “é uma oportunidade de demonstrarmos, como Igreja e como cidadãos, não só o que cremos, mas também o que desejamos para as nossas famílias, cidades e todo o país. É preciso reconhecer o valor da vida e da família. Só assim perceberemos como vale a pena lutar, trabalhar, esforçar-se em favor de ambas”.

A fim de auxiliar as atividades de oração e reflexão, a Comissão para a Vida e a Família e a CNPF elaboraram um subsídio intitulado “Hora da Família”, que propõe sete encontros voltados às famílias, jovens, crianças, casais de namorados e noivos.

Trata-se de um subsídio que abrange todos os aspectos da vida familiar, especialmente aqueles que são mais desafiadores. Os temas deste ano aprofundam o aspecto do amor, que é a primeira missão da família.

Canção Nova Notícias / Pastoral da Comunicação da Paróquia de Sant'Ana - http://matrizdesantana.blogspot.com.br/

sábado, 8 de agosto de 2015

Eu sou o pão da vida!

Então, os judeus começaram a murmurar contra Jesus, porque ele dissera: “Eu sou o pão que desceu do céu”. Diziam: “Este não é Jesus, o filho de José? Não conhecemos nós o seu pai e sua mãe? Como pode, então, dizer que desceu do céu?”. Jesus respondeu: “Não murmureis entre vós. Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o atrair. E eu o ressuscitarei no último dia. Está escrito nos Profetas: ‘Todos serão discípulos de Deus’. Ora, todo aquele que escutou o ensinamento do Pai e o aprendeu vem a mim. Ninguém jamais viu o Pai, a não ser aquele que vem de junto de Deus: este viu o Pai. Em verdade, em verdade, vos digo: quem crê, tem a vida eterna. Eu sou o pão da vida. Os vossos pais comeram o maná no deserto e, no entanto, morreram. Aqui está o pão que desce do céu, para que não morra quem dele comer. Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Quem come deste pão viverá eternamente. E o pão que eu darei é a minha carne, entregue pela vida do mundo”. Jo 6,41-51

O Senhor nos oferece o seu Corpo e o seu Sangue

A leitura do trecho do primeiro livro dos Reis narra um momento dramático da vida do profeta Elias. Depois de degolar os profetas de Baal, Elias foge da perseguição implacável da rainha Jezabel, que havia prometido matá-lo. Desanimado, pois se sente só, sem ninguém para ajudá-lo, ele deseja morrer. Deita-se debaixo de um junípero e dorme. Despertado por um mensageiro celeste para que comesse, ele vê, perto de si, pão cozido e água. Ele come e volta a deitar-se. Mas o mensageiro insiste: “Levanta-te e come! Do contrário, o caminho será longo demais”. O profeta obedeceu e aquele alimento lhe sustentou para caminhar uma enorme distância até o Monte Horeb. Esse alimento e essa bebida que Elias recebeu do céu deram a ele força para caminhar por muito, muito tempo. Considerado à luz do Novo Testamento, o episódio é uma antecipação da eucaristia. Quando nos sentimos angustiados e desanimados, o Senhor nos oferece uma comida e uma bebida extraordinários: o seu Corpo e o seu Sangue. No evangelho, temos uma discussão entre os judeus e Jesus, que disse: “Eu sou o pão que desceu do céu”. Esse pão é um alimento espiritual, um alimento para a vida eterna. Deus criou o ser humano à sua imagem e semelhança. Enquanto criaturas de Deus, cada um possui em si mesmo algo que o faz tender para Ele. Esse dinamismo não suplanta a liberdade do ser humano, pois o homem pode resistir à atração de Deus, como pode, livremente, ceder a essa mesma atração. Por essa inclinação, Deus nos faz viver. É o que Deus declara no livro do profeta Jeremias: “Com amor eterno eu te amei, por isso te atraí” (31,3). O Pai que nos amou primeiro é quem nos coloca no seguimento do seu Filho. Realiza a vontade de Deus quem aceita Jesus como enviado de Deus e permanece com ele. Na releitura cristã do Antigo Testamento, o maná era, como já dissemos, somente figura do pão que Deus, agora, dá ao seu povo. Nenhum alimento pode livrar quem quer que seja da morte. Somente o pão descido do céu é que livra da morte. O pão descido do céu é a carne de Jesus, isto é, a sua existência histórica e terrena, sua vida entregue para que o mundo tenha vida em plenitude. Ressuscitado dos mortos, o Senhor nos livra da morte eterna.

Pe. Carlos Alberto Contieri - Paulinas / Pastoral da Comunicação da Paróquia de Sant'Ana - http://matrizdesantana.blogspot.com.br/

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Dia dos Pais

O mês de agosto é o Mês das Vocações. Dentro da vocação familiar, da feliz união entre um homem e uma mulher, nós celebramos a cada segundo domingo de agosto o Dia dos Pais. Equilibrando erros e acertos, os pais têm um papel importante na formação do caráter e no decorrer da vida dos filhos.

Os pais acompanham seu crescimento, seu desenvolvimento intelectual e se esforçam para dar aos filhos conforto, boa alimentação, educação de qualidade. E, em geral, procuram orientá-los para que possam enfrentar o mundo, com suas alegrias, com seus dissabores. Acompanham-nos em suas vitórias, em seus fracassos, em suas lutas.

É claro que há exceções, mas essas exceções só confirmam a regra porque pais que não se preocupam com seus filhos não estão no seu estado natural, normal. O mundo de hoje apresenta anomalias absurdas. Temos notícia de pais que torturam seus filhos, que os desrespeitam, que espancam ou matam a mãe na presença dos filhos. Mas isso não é o correto, o desejável, a razão pela qual Deus os fez pais.

A família – o Lar cristão – Igreja doméstica – Santuário da vida – é a célula básica da sociedade. Deus nos coloca numa família para que nela aprendamos a amar e, porque aprenderemos a amar sem medidas, Ele espera que extravasemos esse amor para a vizinhança, para o bairro, para toda a cidade, para o mundo.

Dentro da família, o pai é o apoio, o amparo, a proteção, tal como São José o foi na Sagrada Família. Precisamos de muitas orações pelos pais, para que eles tenham saúde, caráter, amor no coração e para que eles sejam amados e respeitados pelos seus filhos, que se espelharão neles [pais] para construir a própria vida.

E, mais importante do que tudo isso, que nossos pais sejam educadores de seus filhos na fé, transmissores da fé católica e deem testemunho de discípulos-missionários de Jesus Cristo.

Uma prece especial fazemos pelos pais e avôs que já nos precederam no convívio celeste da comunhão dos santos. Da mesma maneira, aos pais presentes, que Deus abençoe os pais de todo o mundo. Sendo eles abençoados, as famílias o serão e a humanidade poderá conhecer uma vida melhor.

Canção Nova Formação / Pastoral da Comunicação da Paróquia de Sant'Ana - http://matrizdesantana.blogspot.com.br/

terça-feira, 4 de agosto de 2015

Como indentificar a vocação sacerdotal e religiosa

Vocação sacerdotal e religiosa: como descobrir se sou chamada a vivê-la?

Jesus chamou para apóstolos “aqueles que Ele quis”, depois de passar a noite em oração. A Igreja viu nisso o chamado ao sacerdócio e também às outras formas de vida religiosa. É Jesus quem chama o jovem à vida sacerdotal, o que não é fácil. A vida religiosa exige muitas renúncias para ser “todo de Deus”, estar a serviço do Seu Reino para a edificação da Igreja e a salvação das almas.


A palavra “vocação” vem do latim vocare, que quer dizer “chamar”. Deus põe no coração do jovem esse desejo de servi-lo radicalmente, indiviso, full time, em tempo integral, sem divisão.

Para discernir esse chamado divino, o jovem precisa, sem dúvida, de um bom orientador espiritual, um padre ou um leigo experiente para ajudá-lo. Penso que alguns sinais indicativos da  vocação de um jovem ao sacerdócio ou à vida religiosa sejam esses:

1 – Ter vontade de entregar a vida totalmente a Deus sem guardar nada para si; ser como Jesus, totalmente disponível ao Reino de Deus. Ser um outro Cristo – alter Christus. Abraçar o celibato com gosto, oferecendo a Deus a renúncia de não ter esposa, filhos, netos, vontade própria etc. É um casamento com Jesus. Ele disse que receberá o cêntuplo nesta vida e a vida eterna depois quem deixar tudo por causa d’Ele e do Seu Reino. Jesus disse que as raposas têm seus ninhos, mas que Ele não tinha nem mesmo onde reclinar a cabeça. Isso é sinal de uma vida despojada de tudo. Nada era d’Ele, nem a gruta onde nasceu, nem o burrinho que O levou a Jerusalém. O barco de onde pregava e viajava, o manto que os soldados sortearam também não eram d’Ele. Nem a casa onde vivia em Cafarnaum pertencia ao Senhor. Tudo Lhe foi emprestado. Cristo era despojado de tudo; a Ele só pertencia a cruz.

Dom Bosco disse que não pode haver graça maior para uma família do que ter um filho sacerdote. É verdade. O padre faz o que os anjos não podem fazer: perdoar os pecados, realizar o milagre da Eucaristia, tornar presente o Calvário em cada Missa para a salvação do mundo.

2 – A vocação religiosa exige que o candidato tenha o desejo de trabalhar como Jesus pela salvação das almas, sem pensar em um projeto para a sua vida. Exige entrega total nas mãos de Deus, desejo de viver mergulhado no Senhor. Tem de gostar de rezar, de estar com Deus, de meditar Sua Palavra e participar da liturgia, pois sem isso não se sustenta uma vocação sacerdotal.

O demônio tem muitas razões para tentar um sacerdote ou um religioso, pois este lhe arrebata as almas. Então, o religioso consagrado tem de viver uma vida de extrema vigilância, muita oração e mortificação, como disse Jesus.

3 – Amar a Igreja de todo o coração, tê-la como Mãe e Mestra, ser submisso aos ensinamentos do seu Magistério. Ser fiel à Igreja e a seus pastores, nunca ensinando algo que não esteja de acordo com o Sagrado Magistério da Igreja. Viver o que diziam o Santos Padres: sentire cum Ecclesia. Amar o Papa, os bispos, Nossa Senhora, os anjos e santos, os sacramentos, a liturgia e tudo o que faz parte da nossa fé católica. Amar a Bíblia e gostar de meditá-la todos os dias. Desejar estudar Teologia, Filosofia e tudo o mais que o Magistério Sagrado da Igreja nos recomenda e ensina. Gostar de fazer meditações, retiros espirituais e uma busca permanente de santidade. Almejar, como disse São Paulo, atingir a estatura adulta de Cristo; ser um bom pastor para as ovelhas.

4 – Desejar viver uma vida de penitência, na simplicidade, na pobreza evangélica, na obediência irrestrita aos superiores, aberto a todos por um diálogo franco. Ser tudo para todos. Estar disposto a obedecer sempre o seu bispo ou seu superior a vida toda, qualquer que seja a decisão dele sobre você.

5 – Estar disposto a dar até a vida pela Igreja, pelas almas e por Jesus Cristo.

Talvez, eu tenha sido um pouco exigente, mas para aquele que deseja ser um “sacerdote do Deus Altíssimo”, creio que não se pode pedir menos do que isso. Quem opta pela vida sacerdotal deve se entregar de corpo e alma a ela; não pode ser mais ou menos sacerdote ou religioso. Seria uma frustração para a pessoa e para Deus. É melhor ser um bom leigo do que um mal religioso.

domingo, 2 de agosto de 2015

Dia do Padre

Nós, paroquianos de Sant’Ana, externamos fraternas felicitações aos nossos queridos sacerdotes, Pe. Elias Roque e Pe. Jorge Sousa, pela passagem do dia dedicado à vocação sacerdotal (Dia do Padre). Em nossas preces, pedimos para que Deus os conserve sempre abastecidos de coragem e perseverança, para pastorear o rebanho de Cristo com amor e sabedoria.


Rezemos...

Ó Jesus, Sumo e Eterno Sacerdote, conservai os vossos sacerdotes sob a proteção do vosso Coração amabilíssimo, onde nada de mal lhes possa suceder. Conservai puras suas mãos ungidas, que tocam todos os dias vosso Corpo Santíssimo. Conservai puros os seus lábios tintos pelo vosso Sangue preciosíssimo. Conservai puros e desapegados dos bens da terra os seus corações, que foram selados com o caráter sublime do vosso glorioso sacerdócio. Fazei-os crescer no amor e fidelidade para convosco e preservai-os do contágio do mundo. Dai-lhes também, juntamente com o poder que têm de transubstanciar o pão e o vinho em Vosso Corpo e Sangue, o poder de transformar os corações dos homens. Abençoai os seus trabalhos com copiosos frutos, e concedei-lhes um dia a coroa da vida eterna. Amém!

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sábado, 1 de agosto de 2015

Eu sou o pão da vida

Quando a multidão percebeu que Jesus não estava aí, nem os seus discípulos, entraram nos barcos e foram procurar Jesus em Cafarnaum. Encontrando-o do outro lado do mar, perguntaram- lhe: “Rabi, quando chegaste aqui?”. Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade, vos digo: estais me procurando não porque vistes sinais, mas porque comestes pão e ficastes saciados. Trabalhai não pelo alimento que perece, mas pelo alimento que permanece até à vida eterna, e que o Filho do Homem vos dará. Pois a este, Deus Pai o assinalou com seu selo”. Perguntaram então: “Que devemos fazer para praticar as obras de Deus?”. Jesus respondeu: “A obra de Deus é que acrediteis naquele que ele enviou”. Eles perguntaram: “Que sinais realizas para que possamos ver e acreditar em ti? Que obras fazes? Nossos pais comeram o maná no deserto, como está escrito: ‘Deu-lhes a comer o pão do céu’”. Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade, vos digo: não foi Moisés quem vos deu o pão do céu. É meu Pai quem vos dá o verdadeiro pão do céu. Pois o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo”. Eles então pediram: “Senhor, dá-nos sempre desse pão!”. Jesus lhes disse: “Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome, e quem crê em mim nunca mais terá sede”.  Jo 6,24-35

Procurar pelo Senhor e não por suas obras

Depois do episódio dos pães, em que a multidão comeu à saciedade, e ante a tentativa de proclamá-lo rei, Jesus se retira, sozinho, ao monte (Jo 6,15). Jesus rejeita terminantemente qualquer tentativa de compreender ou reduzir a sua missão a uma dimensão estritamente político-social (cf. Mt 4,3-4; Lc 4,3-4). Por isso, recolhe-se ao monte para rezar. À multidão que o procura incansavelmente, Jesus declara o equívoco: não o procura porque o que ele faz havia sido reconhecido como sinal que remete ao mistério de Deus; procuram-no somente para satisfazer suas necessidades corporais. No entanto, a vida do ser humano não se reduz ao bem material. O homem tem sede de Deus, do sentido da vida, tem necessidade de ser amado e de amar. Por isso, o alimento que o Senhor oferece é de outra natureza, não perecível e que introduz a pessoa na vida eterna. Mais adiante, Jesus afirmará que o pão que dá a vida é ele mesmo (Jo 6,48). Mas, para receber esse alimento, é preciso crer em Jesus, enviado do Pai. É pela fé em Jesus que se recebe esse alimento de vida eterna. O que Jesus realizou em benefício da multidão era um dom espiritual que ele queria dar a todos. Alguns, ao menos, dentre a multidão compreenderam a repreensão de Jesus, por isso, perguntam pelo que devem fazer para trabalhar nas obras de Deus. Na sua resposta, Jesus diz que, na “obra de Deus”, o exigido é crer em Jesus, “imagem do Deus invisível”. Ademais, é preciso procurar o Senhor pelo Senhor, e não por aquilo que nos possa dar. Essa gratuidade se impõe a quem queira ser sustentado pelo “pão descido do céu”. Eles perguntam pelos sinais que Jesus realiza. Lembremos que na boca deles a palavra “sinal” tem um sentido muito diferente do que o empregado pelo evangelista no livro dos sinais. Para eles, “sinal” é uma obra espetacular, quase cinematográfica, sobrenatural, em benefício de quem a realiza. O sinal seria para eles uma prova inequívoca da verdadeira identidade de Jesus. É o que satanás sugere a Jesus ao propor que saltasse do pináculo do Templo (Mt 4,5-7; Lc 4,9-11). Uma vez mais parece que os que interrogam Jesus estão mergulhados no equívoco: não foi Moisés quem, na travessia do deserto, havia dado ao povo o maná, mas Deus mesmo (cf. Ex 16,4). Mais ainda, o maná era somente figura do verdadeiro pão que Deus haveria de dar e que, agora, efetivamente dá ao seu povo. Jesus Cristo é esse pão descido do céu, isto é, dado por Deus, que sustenta quem nele crê e nele põe a sua confiança.

Pe. Carlos Alberto Contieri - Paulinas / Pastoral da Comunicação da Paróquia de Sant'Ana - http://matrizdesantana.blogspot.com.br/